Busca avançada
Ano de início
Entree


Quantificação dos transcritos do gene TP73 na leucemia promielocítica aguda e seu impacto no prognóstico e resposta à terapia

Texto completo
Autor(es):
César Alexander Ortiz Rojas
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Tese de Doutorado
Imprenta: Ribeirão Preto.
Instituição: Universidade de São Paulo (USP). Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (PCARP/BC)
Data de defesa:
Membros da banca:
Eduardo Magalhães Rego; Rodrigo Nalio Ramos; Bryan Eric Strauss; Fabíola Traina
Orientador: Eduardo Magalhães Rego
Resumo

Atualmente, a leucemia promielocítica aguda (LPA) é tratada com ácido all-trans retinóico (ATRA) associado à antraciclinas ou ao trióxido de arsênico (ATO). Infelizmente, alguns pacientes apresentam recaídas ou são refratários a esse tratamento. Lucena-Araújo et al. (2015) demonstraram que valores elevados da razão entre o número de transcritos das isoformas ΔNp73 e TAp73 do gene TP73 estão associados a um pior desfecho de tratamento em pacientes com LPA. Aqui ampliamos o conhecimento sobre a associação das isoformas p73 e o prognóstico na LPA, explorando seus possíveis mecanismos na resposta ao ATRA e ATO. Avaliamos os níveis de expressão de TAp73, ΔNp73, TP73α e TP73β em bases de dados públicas contendo informações sobre o transcriptoma de pacientes com LPA, e também quantificamos os respectivos transcritos em amostras ao diagnóstico de pacientes que fizeram parte do estudo IC-APL. Em comparação com células saudáveis da medula óssea, detectamos menor expressão de TAp73 e maior de ΔNp73 e TP73β nas amostras de LPA. A alta expressão de ΔNp73 foi associada a menores taxas de sobrevida global (SG) (Log rank, p = 0,023), mas não de sobrevida livre de doença. Aos 5 anos de acompanhamento, os pacientes com alta expressão de ΔNp73 tiveram taxa de SG de 77,8% (IC, 68,5%-88,4%) versus 96,6% (IC, 90%-100%). Através da expressão ectópica dos genes de interesse em células NB4 e NB4-R2 (linhagens de LPA sensível e resistente ao ATRA, respectivamente) demonstramos que ΔNp73α e TAp73α não são moduladores importantes da apoptose induzida pelo ATO. Ao contrário, detectamos que a expressão da ΔNp73α bloqueou o aumento da expressão dos marcadores de diferenciação granulocítica CD11b e CD15 em células NB4 tratadas com ATRA. Usando um modelo murino, observamos que a expressão ectópica de ΔNp73α foi associada a maior massa de células leucêmicas após o tratamento com ATRA. Nossas análises em linhagens celulares mostraram que ΔNp73α não impediu a degradação da oncoproteína PML-RARα e não afetou a reorganização dos corpúsculos nucleares induzida pelo ATRA, mas regulou positivamente a expressão do gene NANOG, um fator de transcrição de pluripotência associado à indução do fenótipo de células-tronco cancerígenas. Avaliamos o proteoma total de nossas células NB4 em condições tratadas e não tratadas com ATRA. A análise diferencial de abundância de proteínas mostrou um número maior de proteínas moduladas por ΔNp73α do que TAp73α em células NB4 não tratadas. Encontramos uma regulação positiva de proteínas envolvidas no processo de splicing de RNA em células NB4 com expressão ectópica de ΔNp73α, a qual foi revertida pelo tratamento com ATRA independentemente da presença das isoformas p73, sugerindo que essas vias não colaboram com a resistência ao ATRA. Em conjunto, esses resultados sugerem que a isoforma ΔNp73α reduz a diferenciação mielóide induzida pelo ATRA usando outras vias além da degradação de PML-RARα, e que o eixo BMP4-ΔNp73α-NANOG poderia estar envolvido na regulação desse fenômeno. (AU)

Processo FAPESP: 17/08430-5 - Deteção dos transcritos do gene TP73 na Leucemia Promielocítica Aguda e seu impacto no prognóstico e resposta terapêutica
Beneficiário:César Alexander Ortiz Rojas
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado Direto