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Investigação do perfil metabólico de células dendríticas durante a eferocitose de células tumorais apoptóticas

Texto completo
Autor(es):
Ludmilla da Silva Pereira
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Dissertação de Mestrado
Imprenta: Araraquara. 0000-00-00.
Instituição: Universidade Estadual Paulista (Unesp). Faculdade de Ciências Farmacêuticas. Araraquara
Data de defesa:
Orientador: Alexandra Ivo de Medeiros
Resumo

Dentro do microambiente tumoral (TME, do inglês tumor microenvironment), a apoptose é um dos principais padrões de morte celular mediante os tratamentos antitumorais convencionais, como a quimioterapia e radioterapia. A remoção dessas células mortas por fagócitos, denominada eferocitose, torna-se um processo prejudicial para a resposta antitumoral, uma vez que células dendríticas (DCs) e os macrófagos adquirem um perfil imunossupressor após a internalização e digestão de corpos apoptóticos tumorais. Frente a isso, o objetivo desse projeto foi investigar quais vias metabólicas sustentariam o perfil tolerogênico adquirido por DCs após a eferocitose dentro do TME. Como fonte de células apoptóticas tumorais foram utilizadas células Renca (Adenocarcinoma de córtex renal murino) tratadas com doxorrubicina, um inibidor das topoisomerases I e II, resultando em uma taxa de apoptose de cerca de 75%. Nossos dados demonstraram que a eferocitose de células Renca apoptóticas (Renca-ACs) resulta na geração de BMDCs com um perfil tolerogênico, observado pela redução na co-expressão de MHC II e CD86. Além disso, a internalização e digestão de corpos apoptóticos tumorais elevou significativamente a expressão de PD-L1, bem como a produção de IL-10 e IL-6, em comparação a condição controle. A deficiência de TIM-4, AXL e, principalmente, MertK, resultou em uma tendência de redução na MFI de PKH, sugerindo que BMDCs são menos hábeis em eferocitar subsequentes Renca-ACs. Utilizando inibidores farmacológicos, observamos que a produção de IL-10 e IL-6 durante a eferocitose de Renca-ACs depende da ativação da via glicolítica e da glutaminólise. Além disso, a produção de IL-6 parece também depender da síntese de ácidos graxos, e a produção de IL-10 da oxidação de ácidos graxos. Após a eferocitose de Renca-ACs, BMDCs sofrem um aumento na expressão gênica de enzimas glicolíticas como Glut1, Pkm2 e Ldha, e há uma tendência de aumento na expressão de Cpt1a, sugerindo também a envolvimento do metabolismo oxidativo no processo de eferocitose. Interessantemente, após 18h de co-cultura, foi observada uma diminuição da reserva e da capacidade glicolítica de BMDCs, sugerindo que a demanda glicolítica seja mais precoce e, em fases mais tardias, outras vias metabólicas podem estar envolvidas na manutenção do perfil tolerogênico dessas células. Ainda, a eferocitose de Renca-ACs mediada pelos receptores TIM4, AXL e MertK parecem estar envolvida na ativação do metabolismo glicolítico, visto que a ausência desses receptores reduziu a expressão de Glut1 e Ldha, comprovando que a interação com os receptores eferocíticos impacta diretamente na ativação das vias metabólicas envolvidas na geração do perfil tolerogênico de BMDCs adquirido durante a eferocitose de células tumorais apoptóticas. Em conjunto, os dados apresentados nesse trabalho sugerem que eferocitose de Renca-ACs gera BMDCs tolerogênicas, sendo esse perfil sustentado majoritariamente pelo metabolismo glicolítico e, em menor escala, pelo metabolismo oxidativo. (AU)

Processo FAPESP: 20/09327-6 - Investigação do perfil metabólico de células dendríticas durante a eferocitose de células tumorais apoptóticas
Beneficiário:Ludmilla da Silva Pereira
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Mestrado