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Icnofósseis das Formações Tamengo e Guaicurus, Grupo Corumbá: implicações paleoambientais e paleoecológicasGICAS

Texto completo
Autor(es):
Cleber Quidute Clemente Diniz
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Tese de Doutorado
Imprenta: São Paulo.
Instituição: Universidade de São Paulo (USP). Instituto de Geociências (IG/BT)
Data de defesa:
Membros da banca:
Juliana de Moraes Leme; Kamilla Borges Amorim; Flavia Callefo; Dermeval Aparecido do Carmo; Ismar de Souza Carvalho
Orientador: Juliana de Moraes Leme; Maria Gabriela Mangano
Resumo

Icnofósseis são estruturas sedimentares de origem biológica diretamente associados ao comportamento do organismo que o produziu. Utilizando ferramentas específicas entre a sedimentologia e biologia pode-se reconhecer o produtor, seu comportamento, fatores ambientais que influenciaram as atividades, ou o impacto que essas atividades causaram por meio da bioturbação. O objetivo deste trabalho foi identificar os icnofósseis das formações Tamengo e Guaicurus, Grupo Corumbá, analisar a distribuição estratigráfica das associações icnofossilíferas, seu vínculo com as fácies sedimentares reconhecidas e determinar suas influências e limitações paleoecológicas. A Formação Tamengo apresenta intercalação de fácies carbonáticas e siliciclásticas, atribuída ao Ediacariano Superior e detém registros de metazoários, macroalgas, microfósseis e icnofósseis. A Formação Guaicurus corresponde ao topo do Grupo Corumbá, possui sedimentação terrígena pelítica homogênea com o registro de macroalgas, esteiras microbianas e icnofósseis. A partir de análises com amostras de mão, lâminas petrográficas, imagens de microtomografia computadorizada e espectroscopia por energia dispersiva foi possível obter dados relacionados a morfologia, índice de bioturbação e composição química dos icnofósseis e de esteiras microbianas. Foram reconhecidos três icnotáxons ligados a atividades de locomoção e alimentação, Planolites isp. nov. e Palaeophycus tubularis que caracterizam etologias do tipo Fodinichnia e Domichnia e Multina minima com etologia do tipo Pascichnia. A bioturbação no plano de acamamento é baixa, com valor máximo de 10%, e seu índice de bioturbação nas laminações é o de nível 2, o mais comum para esse período. Foram encontrados icnofósseis sub-horizontais a levemente verticalizados, indício do começo da colonização em ecoespaços infaunais. Análises de EDS nos icnofósseis indicam alto valor de Fe e C no preenchimento e parede por filme pelítico em comparação com a rocha matriz. Esteiras microbianas foram encontradas somente na Formação Guaicurus onde o índice de bioturbação é menor. A associação de esteiras junto a icnofósseis é indício da preferência das escavações nesses locais, exercendo um controle sobre a preservação dos metazoários. A combinação do maior grau de bioturbação e fluxo hidrodinâmico na Formação Tamengo, impedem o desenvolvimento das esteiras e a capacidade de viverem em comunidade com os organismos, como ocorre na Formação Guaicurus, onde o ambiente deposicional foi predominantemente mais calmo. (AU)

Processo FAPESP: 17/25433-8 - Icnofósseis das formações Tamengo e Guaicurus (Ediacarano-Cambriano), Grupo Corumbá: implicações paleoambientais e paleoecológicas
Beneficiário:Cleber Quidute Clemente Diniz
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado