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Essência e necessidade metafísica no livro II dos Segundos Analíticos de Aristóteles

Texto completo
Autor(es):
Davi Heckert César Bastos
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Dissertação de Mestrado
Imprenta: Campinas, SP.
Instituição: Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Instituto de Filosofia e Ciências Humanas
Data de defesa:
Membros da banca:
Lucas Angioni; Breno Andrade Zuppolini; Fernando Martins Mendonça
Orientador: Lucas Angioni
Resumo

Aristóteles desenvolve uma complexa teoria da ciência ao longo dos Segundos Analíticos. Central à sua concepção de ciência é a sua teoria da demonstração: o conhecimento científico estrutura-se através de silogismos demonstrativos que explicam pela causa apropriada porque um dado C é A. A explicação precisa estar no tipo correto de relação com o mundo, e deve captar de forma adequada as causas [aitiai] que fundamentam certas relações na realidade. A teoria da demonstração científica busca também estruturar como deve ser organizado o conhecimento científico: em silogismos corretos com um explanandum predicativo complexo e uma aitia, o termo mediador, que explica apropriadamente por que o explanandum é como é. Ressalto alguns pontos da compreensão de causas, essências e necessitação em Aristóteles. Primeiro, demonstrações científicas exigem não quaisquer relações causais mas explicações causais apropriadas. Uma das características dessas explicações causais apropriadas é que o termo mediador B que expressa a causa seja coextensivo ao termo maior A que é o predicado da conclusão. Mas essa coextensão é restrita ao domínio de itens que são C, isto é, o termo menor (sujeito da conclusão) funciona como um restritor de domínio na coextensão entre causa e causado. Argumento que isso é similar à noção de campo causal de J. L. Mackie (1965), embora Aristóteles supere dificuldades que afligem a teoria de Mackie. Em segundo lugar, Aristóteles defende uma necessitação real do efeito pela causa e um pluralismo causal. Argumento que essas posições ainda são válidas na filosofia contemporânea, e mostro como Ernest Sosa (1993) as defendeu. Em terceiro lugar, defendo que para Aristóteles essências não são explicadas em termos modais, mas a modalidade é explicada em termos essencialistas. Mostro que essa também é uma posição contemporanemaente viável, defendida por Kit Fine (1994). Por fim, mostro como Benjamin Schnieder (2006) têm se aproximado de Aristóteles ao defender uma noção de dependência ontológica explanatória triádica, e como essa teoria de Schnieder lança luz à teoria da causação primeira de Aristóteles. Com isso, pretendo ressaltar alguns aspectos da filosofia de Aristóteles em diálogo frutífero com a filosofia contemporânea, de forma a mostrar como tais pontos de contato (a) são relevantes para o trabalho interpretativo de Aristóteles e de tradução de sua filosofia para nosso contexto contemporâneo, (b) situam Aristóteles em um debate no qual suas posições ainda são opções plausíveis e defendidas por certos autores, (c) ajudam a esclarecer as teses filosóficas do texto aristotélico (AU)

Processo FAPESP: 18/21898-9 - Essência e necessidade metafísica no Livro II dos Segundos Analíticos de Aristóteles
Beneficiário:Davi Heckert Cesar Bastos
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Mestrado