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Engenharia de película adquirida do esmalte para proteção contra a erosão dentária: avaliação in vivo do efeito protetor da cistatina derivada da cana-de-açúcar (CaneCPI-5), hemoglobina e peptídeo derivado da estaterina (StN15)

Texto completo
Autor(es):
Thamyris de Souza Carvalho
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Tese de Doutorado
Imprenta: Bauru.
Instituição: Universidade de São Paulo (USP). Faculdade de Odontologia de Bauru (FOB/SDB)
Data de defesa:
Membros da banca:
Marilia Afonso Rabelo Buzalaf; Leonardo Rigoldi Bonjardim; Aline Rogéria Freire de Castilho; Francisco Wanderley Garcia de Paula e Silva
Orientador: Marilia Afonso Rabelo Buzalaf
Resumo

Este trabalho avaliou, in vivo, 1) as alterações na composição proteica da PAE após tratamento da superfície dentária com cistatina derivada da cana-de-açúcar (CaneCPI-5), hemoglobina humana (HB), peptídeo derivado da estaterina (StN15) ou a combinação das 3 proteínas (Comb) antes da formação da PAE e posterior desafio erosivo intrínseco ou extrínseco; 2) o potencial protetor desses tratamentos contra a erosão intrínseca ou extrínseca do esmalte. Dez voluntários participaram de um protocolo cruzado e triplo-cego, constituído por 10 fases. Em cada fase, após profilaxia, fizeram bochecho (1 min; 10 mL) com (1) água deionizada, (2) CaneCPI-5 0,1 mg/mL, (3) HB 1 mg/mL, (4) StN15 1,88 × 10-5M ou solução contendo a Comb (5). A PAE foi formada (2h) e a biópsia do esmalte foi realizada sobre o dente 21. Nesta área foi realizado desafio erosivo com ácido cítrico 1% pH 2,5 ou HCl 0,01 M pH 2 por 10s. Os íons cálcio liberados do esmalte foram analisados pelo método de Arsenazo. Sobre as superfícies dos demais dentes foram realizados os mesmos desafios erosivos. A PAE foi coletada com papeis filtro de eletrodo, embebidos em ácido cítrico 3% e as amostras foram analisadas por proteômica quantitativa livre de marcadores. Na erosão extrínseca, o tratamento com as proteínas/peptídeos, isolados ou combinados, aumentou várias proteínas ácido-resistentes na PAE, em comparação ao controle. Os maiores aumentos foram observados para PRPs (32 vezes, StN15), profilina (15 vezes, combinação), alfa-amilase (9 vezes; StN15), queratinas (8 vezes, CaneCPI-5 e HB), histatina-1 (7 vezes, StN15), imunoglobulinas (6,5 vezes, StN15), lactotransferrina (4 vezes, CaneCPI-5), cistatinas, lisozima, proteína S-100-A9 e actinas (3,5 vezes, StN15), albumina sérica (3,5 vezes, CaneCPI-5 e HB) e hemoglobina (3 vezes, StN15). Anexina, calmodulina, queratina, tubulina e cistatinas foram identificadas exclusivamente após tratamento com as proteínas/peptídeo, isolados ou combinados. Grupos 2, 3 e 4 tiveram Ca liberado do esmalte significativamente menor em comparação ao grupo 1 (Kruskal-Wallis / Dunn´s, p <0,05). Assim, os tratamentos com CaneCPI-5, HB ou StN15 aumentam notavelmente as proteínas ácido-resistentes na PAE, protegendo contra a erosão. Na erosão intrínseca, os tratamentos também aumentaram várias proteínas ácido- resistentes na PAE, em comparação ao controle. Os aumentos foram observados para piruvato quinase PKM (11 vezes, CaneCPI-5), imunoglobulinas e proteína 3B da glândula submaxilar regulada por androgênio (4 vezes, StN15) e Hb e lisozima-C (2 vezes, StN15). Várias proteínas não tipicamente descritas na PAE, mas que se ligam ao cálcio ou outras proteínas, foram identificadas exclusivamente nos grupos tratados com as proteínas/peptídeos testados, isolados ou combinados. As concentrações médias (SD, mM) de cálcio liberado do esmalte foram 3,67 ± 1,48a, 3,11 ± 0,72a, 1,94 ± 0,57b, 2,37 ± 0,90a e 2,38 ± 0,45a para os grupos 1-5, respectivamente (ANOVA/Tukey, p <0,05). Assim, os tratamentos com CaneCPI-5, HB ou StN15 aumentaram notavelmente as proteínas ácido-resistentes na PAE, mas apenas a HB foi capaz de proteger contra a erosão intrínseca. Em conclusão, todas as proteínas/peptídeos avaliados aumentam proteínas ácido-resistentes na PAE, independentemente do tipo de desafio erosivo, mas apenas a HB protegeu o esmalte da erosão intrínseca. (AU)

Processo FAPESP: 19/16254-8 - Engenharia de película adquirida do esmalte para proteção contra a erosão dentária: avaliação in vivo do efeito protetor da cistatina derivada da cana-de-açúcar (CaneCPI-5), hemoglobina e/ou peptídeo derivado da estaterina
Beneficiário:Thamyris de Souza Carvalho
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado