Busca avançada
Ano de início
Entree


Significados ambivalente: identidades luso-africanas e categorias de cor em Angola do século XVIII

Texto completo
Autor(es):
Gabriel Antonio Bomfim Seghetto
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Dissertação de Mestrado
Imprenta: Campinas, SP.
Instituição: Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Instituto de Filosofia e Ciências Humanas
Data de defesa:
Membros da banca:
Aldair Carlos Rodrigues; Lucilene Reginaldo; Crislayne Gloss Marão Alfagali
Orientador: Aldair Carlos Rodrigues
Resumo

Este trabalho propõe-se investigar os significados sociais e políticos atribuídos aos termo mulato e pardo, durante o século XVIII, em Angola. Examina-se se ambos os qualificativos de cor eram reivindicados como identidades políticas, fenômeno observado no sudeste do Brasil colonial durante o mesmo período. A análise das construções sociais em torno de mulato e pardo será feita no contexto de interações entre costa (Luanda) e os sertões, onde encontravam-se unidades políticas e governamentais independentes ou alinhadas à administração colonial através de pactos de vassalagem com a Coroa portuguesa. Do interior também se originavam as vítimas do tráfico de escravizados. Nesse contexto, a constituição de identidades era fator importante no cotidiano por distinguir potenciais alvos de escravização dos comerciantes e captores de escravizados. A pesquisa considera a tensão entre a reivindicação de identidades e a atribuição de classificações por autoridades coloniais. Argumenta-se que a elaboração de sentido dos qualificativos pardo e mulato ocorreu ao longo do século, como parte da definição de fronteiras político-culturais entre o governo português em Angola e as lideranças interioranas. A definição de ambos os termos variava conforme as necessidades eminentes de diferenciar quem pertencia ao sertão "gentílico" e "bravo" ou ao modelo civilizatório proposto pelos colonizadores. Serão consultadas as seguintes tipologias documentais: correspondência oficial, legislação aplicada a Angola, relatos sobre o cotidiano de Luanda e dos sertões, narrativas de viagem, contagens e mapas populacionais. Dessas fontes, a investigação irá recuperar os usos das palavras mulato e pardo, e as variantes de ambas, inseridas nos contextos socioculturais em que foram produzidas. Comparando-se as definições de mulato e pardo poderemos discutir os qualificativos de cor como marcadores de fronteiras político-culturais, assim como analisar os significados encontrados em Angola em relação com as variações encontradas no restante do Atlântico Sul (AU)

Processo FAPESP: 21/08899-9 - O termo mulato em perspectiva comparada: categorias de cor entre Mariana e Luanda (século XVIII)
Beneficiário:Gabriel Antonio Bomfim Seghetto
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Mestrado