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O papel das vias de reconhecimento inato e dos interferons do tipo I e III na quebra da barreira placentária após infecção por OROV

Texto completo
Autor(es):
Stéfanie Primon Muraro
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Tese de Doutorado
Imprenta: Campinas, SP.
Instituição: Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Instituto de Biologia
Data de defesa:
Membros da banca:
José Luiz Proença Módena; Cristina Bonorino; Fabio Trindade Maranhão Costa; Murilo de Carvalho; Rafael Freitas Oliveira Franca
Orientador: José Luiz Proença Módena
Resumo

O Orthobunyavirus oropoucheense (OROV) é um arbovírus capaz de causar epidemias e levar a uma doença febril que pode evoluir para complicações neurológicas e hemorrágicas em humanos. Embora alguns estudos tenham demonstrado que a infecção por OROV provoca uma resposta imunológica dependente da produção de interferon tipo I, atualmente faltam dados que investiguem o impacto potencial do OROV na gravidez e o papel dessa citocina para o controle da infecção fetal e placentária. Para isso, infectamos camundongos grávidas WT, SJL, Ifnar1-/-, IL28Ra-/- e Mavs-/- e linhagens celulares de trofoblastos humanos com OROV. Nossos achados indicam que a infecção por OROV desencadeia o desenvolvimento de uma resposta antiviral em linhagens celulares trofoblásticas, envolvendo a produção de interferons do tipo I e III. O estudo também estabeleceu um modelo de transmissão materno-fetal ao infectar fêmeas grávidas por via intravenosa, no 10º dia embrionário, resultando em diferenças significativas nos resultados com base na diferença genética dos camundongos. Os cruzamentos no qual a fêmea possui deleção de Ifnar1 leva a altas cargas virais na placenta e no feto enquanto que os cruzamentos em que a fêmea possui deleção parcial de Ifnar1 permitem albergar baixas concentrações virais, mas ainda capazes de chegar ao feto sugerindo um papel crítico da sinalização do interferon tipo I na patogênese da infecção congênita por OROV. Além disso, os dados ainda indicam que OROV pode atravessar a barreira placentária independentemente da origem genética da fêmea, do macho ou do genótipo fetal. O RNA viral foi detectado 8 dias após infecção nos tecidos fetais, mas nenhum vírus infeccioso foi encontrado. Surpreendentemente, a proteção esperada oferecida pelo IFN tipo III durante a infecção por OROV não foi observada, já que animais IL28Ra-/- não foram mais susceptíveis à infecção. Estes resultados esclarecem as complexas interações entre o vírus e a resposta imune do hospedeiro durante a transmissão placentária-fetal do OROV (AU)

Processo FAPESP: 18/13645-3 - O papel das vias de reconhecimento inato e dos interferons do tipo I e III na quebra da barreira placentária após infecção por OROV
Beneficiário:Stefanie Primon Muraro
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado