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Theodor W. Adorno e a heresia do jazz: as fissuras dialéticas de um objeto que ultrapassou a crítica

Texto completo
Autor(es):
Lucas Fiaschetti Estevez
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Tese de Doutorado
Imprenta: São Paulo.
Instituição: Universidade de São Paulo (USP). Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH/SBD)
Data de defesa:
Membros da banca:
Ricardo Musse; Jorge Mattos Brito de Almeida; Rodrigo Antonio de Paiva Duarte; Fabio Akcelrud Durão
Orientador: Ricardo Musse
Resumo

Essa tese se debruça criticamente sobre a análise do jazz empreendida por Theodor W. Adorno. Ao longo de seus escritos sobre o tema, que vão desde a década de 1930 até meados dos anos 1950, o autor descreveu o jazz como o epíteto da música comercial, padronizada e avessa às conquistas artísticas de seu tempo. Apesar do jazz com o qual Adorno travou contato nas primeiras décadas do séc. XX fosse majoritariamente esvaziado de características mais disruptivas, essa situação se alterou profundamente no pós-guerra, a partir do bebop e do free jazz. A avaliação negativa do autor em relação ao jazz mesmo diante desse novo cenário, porém, manteve-se fundamentalmente a mesma. Assim, defendemos que sua crítica tomou o objeto de modo muito monolítico sem se atentar para as suas fissuras. Com as profundas transformações sofridas pelo jazz e a centralidade do seu elemento herético e radical, o objeto acabou por ultrapassar a crítica. Por meio da improvisação livre e, como consequência, de um ideal de sujeito descentrado e aberto ao diálogo intersubjetivo com os demais músicos, as formas mais radicais do jazz passaram a elaborar um tipo de prática musical processual e aberta, abolindo a separação entre composição e performance e ampliando consideravelmente as possibilidades melódicas, harmônicas e rítmicas. Desse modo, o \"jazz não estabilizado\" tensionou muitos dos pressupostos da concepção adorniana de obra de arte. Os limites da crítica adorniana ao jazz, desse modo, dizem respeito aos próprios limites de sua estética. Por outro lado, defendemos que o jazz ofereceu uma resposta alternativa, e não concorrente, à noção de arte autônoma de Adorno. Nessa perspectiva, buscamos ler Adorno à contrapelo, buscando em sua extensa obra respostas para os limites de sua crítica ao jazz. Para isso, a pesquisa acompanha detalhadamente não só toda a produção textual de Adorno sobre o tema, como adentra na história do jazz e de sua diversidade (AU)

Processo FAPESP: 21/03196-0 - Theodor W. Adorno e a heresia do jazz: as fissuras dialéticas de um objeto que ultrapassou a crítica
Beneficiário:Lucas Fiaschetti Estevez
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado Direto