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Laços de trabalho e redes dos migrantes: um estudo sobre as dimensões objetivas e subjetivas presentes em redes sociais e identidades de grupos migrantes de Serrana-SP e Guariba-SP

Texto completo
Autor(es):
Andréa Vettorassi
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Tese de Doutorado
Imprenta: Campinas, SP.
Instituição: Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Instituto de Filosofia e Ciências Humanas
Data de defesa:
Membros da banca:
Fernando Antonio Lourenço; Marilda Aparecida de Menezes; Jose Roberto Pereira Novaes; Rosana Aparecida Baeninger; Sonia Maria Pessoa Pereira Bergamasco
Orientador: Fernando Antonio Lourenço
Resumo

Este estudo tem como principal objetivo analisar os processos identitários e redes sociais de migrantes rurais nordestinos em cidades do interior paulista. Para que isto fosse possível, duas cidades de economia sucroalcooleira que recebem anualmente expressivo número de migrantes rurais nordestinos (sazonais ou permanentes) para o trabalho no corte da cana foram analisadas, a saber, Guariba-SP e Serrana-SP. Embora sustentadas pela mesma economia sucroalcooleira e com número semelhante de habitantes, suas figurações sociais são bem diversas, essencialmente em seus aspectos históricos e quando a relação entre os migrantes e a comunidade circundante (que denominamos "nativos") é analisada. O estudo das duas cidades contou com metodologias diversas, como as entrevistas realizadas com migrantes e "nativos" (inclusive, em São Raimundo Nonato-PI, cidade de origem de muitos trabalhadores rurais no interior paulista), pesquisas quantitativas e a aplicação de um método de pesquisa denominado "mapas afetivos". Para a compreensão das diferenças existentes nas cidades estudadas, não apenas pesquisas de campo foram realizadas em Guariba, Serrana e São Raimundo Nonato, como também foi realizado o acompanhamento destes migrantes em uma de suas viagens de volta ao Piauí em um ônibus clandestino. Nesta viagem, foi possível a produção de imagens de vídeo que revelam o cotidiano deste longo trajeto de volta, assim como suas próprias reflexões sobre o mundo rural em que vivem, o trabalho no corte da cana, suas redes sociais e identidades. Da pesquisa descrita acima, pudemos perceber que as redes sociais são fundamentais para os migrantes e são muito fortes entre eles porque em seus locais de origem o Estado não supre todas as necessidades de suas comunidades rurais. Para a garantia de sobrevivência e melhores condições de vida, há uma necessidade muito maior de contar uns com os outros para suprir estas carências. As relações simbólicas e comunitárias são mais eficazes do que as regras e normas institucionais que estão muito pouco presentes em seus locais de origem. Acostumados com estas estratégias simbólicas de sobrevivência conquistadas a partir das redes sociais, estes migrantes as readequaram em seus locais de destino, onde experimentam o preconceito contra suas redes sociais constantemente criadas em busca de melhores condições de vida. Entretanto, este preconceito que os migrantes sofrem, bem como suas redes sociais e identidades, têm inúmeras particularidades de acordo com a contextualização histórica, política, social e simbólica das cidades receptoras. Assim, este trabalho contribui para a reflexão sobre as razões dos deslocamentos feitos pelos grupos migrantes, as razões de uma acolhida diferenciada em Serrana-SP e Guariba-SP e, finalmente, procura compreender as redes sociais, as relações pessoais e a organização destes grupos migrantes a partir de dimensões objetivas e subjetivas (AU)

Processo FAPESP: 06/55644-6 - Laços de trabalho e redes dos migrantes: um estudo sobre as dimensões objetivas e subjetivas presentes em redes sociais e identidades de grupos migrantes de Serrana-SP e Guariba-SP
Beneficiário:Andréa Vettorassi
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado