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Composição e sazonalidade de borboletas frugívoras no cerrado, com ênfase na relação fenológica entre Eunica bechina (Nymphalidae: Biblidinae) e sua planta hospedeira Caryocar brasiliense (Caryocaraceae)

Texto completo
Autor(es):
Danilo Germano Muniz da Silva
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Dissertação de Mestrado
Imprenta: Campinas, SP.
Instituição: Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Instituto de Biologia
Data de defesa:
Membros da banca:
Paulo Sergio Moreira Carvalho de Oliveira; João Vasconcellos Neto; Ronaldo astos Francini
Orientador: André Victor Lucci Freitas; Paulo Sergio Moreira Carvalho de Oliveira
Resumo

Em muitos ambientes tropicais, estações chuvosas se alternam com períodos de seca. A estação seca é um período de menor disponibilidade e qualidade nutricional de folhas, sendo, portanto, um período desfavorável para insetos herbívoros e gerando as oscilações sazonais em suas populações. O cerrado é um bioma neotropical sazonal, que inclui formações de savana (cerrado sensu stricto), e onde o clima se caracteriza por uma estação quente e chuvosa de outubro a abril e uma fria e seca de maio a setembro. A produção de folhas novas se concentra geralmente na estação chuvosa, tornando este um período favorável para muitos insetos herbívoros tais como as borboletas. Em seu estágio larval, as borboletas são herbívoros vorazes cujas populações comumente oscilam de acordo com a disponibilidade de folhas adequadas ao desenvolvimento dos imaturos. Borboletas podem ser divididas funcionalmente em duas guildas: as que se alimentam em sua forma adulta do néctar de flores, e aquelas que se alimentam dos líquidos oriundos de frutos em decomposição, seiva de árvores, carcaças de animais e excrementos. As espécies do segundo grupo são conhecidas como borboletas frugívoras. A guilda de borboletas frugívoras tem sido amplamente utilizada em estudos de ecologia de comunidades devido à facilidade de captura usando armadilhas com iscas de fruta fermentada, e a relativa facilidade de identificação. Entretanto, poucas vezes esta comunidade foi estudada em ambientes abertos, e raramente em trabalhos envolvendo sazonalidade. Nesta dissertação exploramos a sazonalidade das borboletas frugívoras do cerrado sensu stricto em dois capítulos. No primeiro abordamos a composição da comunidade, suas alterações ao longo do ano bem como suas oscilações de abundância. A maior abundância de borboletas ocorreu no meio da estação chuvosa, enquanto o pico de riqueza ocorreu ao final desta estação. Satyrini foi o grupo mais abundante na estação chuvosa (principalmente Yphthimoides manasses), enquanto na estação seca foi Biblidinae (principalmente Hamadryas februa). No segundo capítulo analisamos em detalhe a relação fenológica entre a borboleta Eunica bechina e sua planta hospedeira, o pequizeiro Caryocar brasiliense. Esta planta possui nectários extraflorais atrativos para formigas, que patrulham a planta e atacam as larvas de E. bechina. Observamos a maior ocorrência de larvas no início da estação seca, quando ocorreu a maior produção de folhas. Ovos e larvas estavam presentes em quase todos os meses de amostra, exceto no final da estação chuvosa. Propomos que este seja um período de inatividade reprodutiva na espécie, devido à baixa disponibilidade de folhas jovens (AU)

Processo FAPESP: 09/02451-4 - Ecologia e história natural da borboleta Eunica bechina (Nymphalidae) em vegetação de cerrado
Beneficiário:Danilo Germano Muniz da Silva
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Mestrado