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Penas de papel: um estudo comparativo da imagem indigena no Brasil e nos EUA

Texto completo
Autor(es):
Sara Elizabeth Brandon
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Tese de Doutorado
Imprenta: Campinas, SP.
Instituição: Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Instituto de Artes
Data de defesa:
Membros da banca:
Marcius Freire; Boris Kossoy; John Manuel Monteiro; Regina Polo Muller; Dominique Gallois
Orientador: Marcius Freire
Resumo

O projeto tem como proposta estudar a imagem e a construção da identidade de nativos norte-americanos e indígenas brasileiros na cultura popular e dominante. O povo indígena tem sido analisado sob diferentes olhares, tais como o olhar Antropológico, da mídia, da arte, bem como de projetos governamentais, todos eles documentando suas respectivas imagens. Este trabalho parte da compreensão de que tais imagens refletem um. É importante lembrar que as primeiras ilustrações seriam representadas sob a forma de xilogravuras. O processo é melhor observado no trabalho Grandes Viagens, de Theordore DeBry, embora, continuamente, no período épico dos primeiros pintores etnográficos, gravuras, pinturas e litografias tenham sido usadas. É claro que, mais tarde, as influências da visibilidade das pinturas não podem ser desprezadas, uma vez que tornaram um pouco mais acessíveis à massa, através de cópias impressas, reproduções, fotografias e acervos em museus contemporâneos. Nos Estados Unidos o ¿Índio mau¿ era associado com o guerreiro com machado ou o rebelde selvagem do oeste. No Brasil é possível que os Munduruku fossem representados neste sentido. Pessoa descendente de branco e índio. Pessoa descendente de negro e índio. Palavra originalmente usada no Brasil ( por cientistas europeus) referindo-se à pessoa de sangue indígena puro que torna-se ¿civilizada ou pacificada¿. Porém, na definição contemporânea, a idéia de sangue puro não aparece sempre explícita. Esses conceitos serão estudados mais detalhadamente e não apenas como categorias simplificadoras do bom ou mau selvagem. Elas deverão ser definidas por região, país e período. Cada termo, embora genérico, tradicionalmente tem sido examinado como um conceito europeu em geral e não em seus detalhes específicos. Por exemplo, o mau selvagem não é apenas o incivilizado ou contrário ao progresso. Esse aspecto será definido por uma série de características, em contextos diferentes, que envolvam períodos de tempo e espaço, que continuam agindo para se definir a 'indinidade¿. Os conceitos bom e mau selvagem, canibal e caboclo, mameluco e cafuzo precedem este projeto. Consideramos, também, que a discussão desses termos no passado foram um tanto superficiais, no sentido de que a discussão tratou o imaginário e a iconografia como imutáveis. imaginário público coletivo do ¿Índio¿ presente em cada país. Da mesma forma, acredita-se que, devido à sua história, a identidade do nativo americano foi desumanizada e, de um modo geral, reduzida a uma imagem estigmatizada do 'Índio¿. Suas influências estão enraizadas na história da colonização tanto na forma escrita, quanto em desenhos, pinturas e fotografias . A intenção é demonstrar que o "índio" existe como um conceito do imaginário social que desumaniza, que reduz os povos indígenas a objetos comercializáveis ou destinados à diversão. Assim o "índio" será definido como uma construção da cultura da sociedade dominante compreendendo algumas das seguintes características: a) o selvagem bom (natural, romântico ou ecologista); b) o mau selvagem (guerreiro, canibal, caçador de cabeças, guerreiro com machado , ¿escalpador¿ ou caçador de escalpo que resiste à ¿Manifestação do Destino¿; c) o objeto do 'voyeur¿ e o outro; d) a vítima e a raça desaparecendo; e) o mito original; f) o índio 'real¿; g) o ¿halfbreed¿ ou o ¿mameluco¿ , o ¿cafuzo¿ e o ¿caboclo¿ no Brasil; h) o extraterrestre; i) o índio aculturado ou pacificado; j) uma masculinidade genérica (cujo foco é o indígena masculino) e a desmasculinização desse ¿índio¿ em relação ao ¿homem branco¿. O conceito índio não é uma invenção estática na cultura dominante e popular e está sempre se transformando e adicionando elementos. Tenta-se estudar aqui esses elementos e suas adaptações, no passado e no presente. Nesta pesquisa, pretende-se discutir a criação do conceito do ¿Índio¿ na sociedade dominante, em relação à fotografia, à pintura e ao desenho que resultam em tratamento desigual às pessoas indígenas, tanto em termos políticos quanto como identidade individual e coletiva. O objetivo é desmontar e comparar a imaginação dominante e a imagem visual do "índio" no Brasil e nos Estados Unidos (AU)

Processo FAPESP: 01/07225-0 - O indígena e o indivíduo: um estudo sobre representações fotográficas de índios brasileiros e norte-americanos
Beneficiário:Sara Elizabeth Brandon
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado