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Os limites da civilização na escrita do sertão: um estudo das categorias civilização e barbarie em alguns romances brasileiros

Texto completo
Autor(es):
Anita Martins Rodrigues de Moraes
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Dissertação de Mestrado
Imprenta: Campinas, SP.
Instituição: Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Instituto de Estudos da Linguagem
Data de defesa:
Membros da banca:
Suzi Frankl Sperber; Miriam Gárate; Heloisa da Costa Miltom
Orientador: Suzi Frankl Sperber
Resumo

Em nossa produção literária de caráter regionalista, em particular naquela que se dedica à "violência rural", a dicotomia civilização e barbárie acode escritor e leitor na ordenação do inventado encontro entre o universo urbano e o rural, entre a cidade, com suas práticas em que se insere a escrita e a leitura, e o campo, em que rege o "estado de violência". A presente dissertação consiste no estudo de alguns romances brasileiros sobre a "violência rural", norteado pelas categorias civilização e barbárie, importando sugerir como essas categorias são definidas e operadas nos romances. Dedicando o primeiro capítulo aos romances O índio Affonso (1873), de Bernardo Guimarães, e O Cabeleira (1876), de Franklin Távora, pretendemos introduzir o leitor às categorias civilização e barbárie, discorrendo um pouco sobre suas origens e atualizações oítocentistas. Nosso interesse consiste, então, em convergir discursos a fim de preencher, de dotar de sentido(s) as categorias civilização e barbárie. No segundo capítulo, dedicamo-nos à produção ficcional de José Lins do Rego sobre o cangaço- Pedra Bonita (1937), Cangaceiros (1953) - tentando sugerir em que reincide atitudes próprias dos romances românticos e em que arrisca outra maneira de dizer o sertão. Nessa empresa, arriscamos algumas aproximações entre Os sertões (1902), de Euclides da Cunha, e os romances de Rego, como também entre Rego e autores modernistas que trataram do problema da "violência rural" (Graciliano Ramos, Gilberto Freyre, Sérgio Buarque de Hollanda). Importa sugerir, aqui, a partir da abordagem das categorias civilização e barbárie em diferentes obras, o debate que estabelecem, norteadas por essas categorias, com relação aos males do nordeste, ao cangaço, à relação entre sertão/engenho, sertão/litoral, Brasil/Europa. No terceiro capítulo, reunimos algumas anotações sobre Grande sertão: veredas (1956), de Guimarães Rosa, e Cangaceiros. Nesse capítulo, dedicamo-nos de maneira especial às estratégias narrativas desses romances, tentando sugerir suas diferenças e seu funcionamento. Como nos capítulos anteriores, mantemos o foco nas categorias civilização e barbárie, mas incorporamos, por adentrar o sertão rosiano, a problemática do mal. (AU)

Processo FAPESP: 00/03528-6 - Civilização e barbárie: a representação do fora-da-lei do sertão em Cangaceiros e Grande Sertão: Veredas
Beneficiário:Anita Martins Rodrigues de Moraes
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Mestrado