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Construindo interpretações para entrelinhas: cosmologia e identidade etnica nos textos escritos em portugues, como segunda lingua, por alunos indigenas Tapirape

Texto completo
Autor(es):
Maria Gorete Neto
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Dissertação de Mestrado
Imprenta: Campinas, SP.
Instituição: Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Instituto de Estudos da Linguagem
Data de defesa:
Membros da banca:
Marilda do Couto Cavalcanti; Terezinha de Jesus Machado Maher; Lúcia Helena Vitalli Rangel; Jackeline Rodrigues Mendes
Orientador: Marilda do Couto Cavalcanti
Resumo

O objetivo desta dissertação é compreender, no sentido de construir uma de muitas possíveis interpretações para a produção escolar escrita, em português como segunda língua, de alguns alunos indígenas Tapirapé que vivem no Mato Grosso. O corpus da pesquisa está constituído de dois tipos de registros. O primeiro é resultado do trabalho desenvolvido pela professora (e autora da dissertação) na escola indígena e da convivência de três anos (1999-2001) com o povo Tapirapé. Do primeiro tipo de registros constam textos escritos em português pelos alunos de 5ª a 8ª séries, planos de aula e diários de campo. O segundo tipo de registros foi gerado posteriormente à vida na aldeia para complementar os registros do primeiro tipo e consiste de um diário retrospectivo acompanhado de memos e de vinhetas narrativas. A análise, com inspiração nos procedimentos da pesquisa etnográfica (Erickson, 1986), tem como foco principal os textos dos alunos nos quais busco marcas da cosmologia Tapirapé e da construção de identidade étnica. Entendo cosmologia, a partir de Lallemand (1978) e Lopes da Silva (1994), como a visão de mundo de um povo. Tal visão configura-se num conjunto de crenças e conhecimentos, que abarcam elementos dos mundos ordinário e sobrenatural, os quais permitem interpretar acontecimentos e ponderar decisões no cotidiano. Por sua vez, partindo de Maher (1996), adoto o conceito de identidade étnica como a capacidade que o indígena tem de identificar-se como indígena e como não-indígena o seu interagente. As marcas pinçadas nos textos dos alunos Tapirapé apontam que a língua portuguesa pode ser um espaço para difusão da cultura indígena assim como para construção da identidade étnica e, por isso, espaço de resistência indígena à cultura majoritária (AU)

Processo FAPESP: 02/12646-8 - A produção escrita, em português como segunda língua, de alguns alunos Tapirapé de faixa etária heterogênea, em classe seriadas de 1º grau desvendando as entrelinhas
Beneficiário:Maria Gorete Neto
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Mestrado