Busca avançada
Ano de início
Entree


Aspectos epidemiológicos da erliquiose canina no Brasil

Texto completo
Autor(es):
Daniel Moura de Aguiar
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Tese de Doutorado
Imprenta: São Paulo.
Instituição: Universidade de São Paulo (USP). Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ/SBD)
Data de defesa:
Membros da banca:
Marcelo Bahia Labruna; Solange Maria Gennari; Mitika Kuribayashi Hagiwara; Rosangela Zacarias Machado; Márcio Garcia Ribeiro
Orientador: Marcelo Bahia Labruna
Resumo

O presente estudo visou obter informações sobre a epidemiologia da erliquiose canina no Brasil, a partir da caracterização molecular de isolados nacionais e de estudo de prevalência da infecção em cães (Canis familiaris) e carrapatos Rhipicephalus sanguineus. Inicialmente, padronizou-se o isolamento de Ehrlichia canis em cultivo de células DH82, a partir de um cão inoculado com a cepa Jaboticabal, seguida da identificação do isolado pelo sequenciamento de DNA de um fragmento do gene dsb de Ehrlichia. Posteriormente, realizou-se o isolamento de E. canis de um cão naturalmente infectado, atendido no Hospital Veterinário (HOVET) da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo. Este novo isolado foi geneticamente caracterizado a partir da PCR almejando fragmentos dos genes dsb, 16S rRNA e P28. Com o estabelecimento do isolado Jaboticabal em cultivo celular, padronizou-se a Reação de Imunofluorescência Indireta (RIFI), utilizando-a em amostras de soros de 314 cães de áreas urbana e rural do Município de Monte Negro, RO. Finalmente, avaliou-se pela PCR do gene dsb, a freqüência de carrapatos infectados e de cães oriundos de quatro populações de R. sanguineus, uma do município de Monte Negro, RO. e três do estado de São Paulo. Do cão inoculado com o isolado Jaboticabal, constatou-se o crescimento de E. canis em cultivo celular, no 27o dia pós-inoculação, confirmado pela PCR e citologia. Após o seqüenciamento de DNA, o fragmento amplificado a partir do isolado apresentou-se 100% similar a seqüência correspondente ao gene dsb de E. canis depositada no GenBank. O isolamento de E. canis, a partir do cão atendido no HOVET, foi obtido no 14o dia pós-inoculação. Esta nova cepa, designada como isolado São Paulo, apresentou-se idêntica às seqüências do gene dsb e similares às seqüências dos genes 16S r RNA e P28, de outros isolados de E. canis disponíveis no GenBank. Dos soros testados pela RIFI, observou-se prevalência (títulos &plusmn; 40) de 31,2% (98/314), sendo 37,9% (58/153) em cães urbanos e 24,8% (40/161) em cães rurais (P < 0,05) de Monte Negro, Estado de Rondônia. A prevalência de carrapatos infectados (dada como freqüência mínima de infecção) foi de 2,3, 6,2, e 3,7% para as populações 1 (Monte Negro), 2 (Jundiaí, SP), e 3 (São Paulo I, SP), respectivamente (P > 0,05). Nenhum carrapato infectado foi detectado na população 4 (São Paulo II, SP). Os produtos da PCR dos carrapatos e de cães das populações 1, 2 e 3 foram idênticos entre si e à seqüência de E. canis disponível no GenBank. Estes resultados reforçam estudos anteriores, que relataram a infecção por E. canis em cães do Brasil, contudo descreve pela primeira vez no Brasil a infecção natural por E. canis em carrapatos R. sanguineus, tido como o principal carrapatos de cães no país. (AU)

Processo FAPESP: 04/01638-0 - Ehrlichia canis: isolamento em cultura de células, caracterização molecular, prevalência de carrapatos infectados e prevalência de anticorpos anti-E. canis em cães de áreas rural e urbana
Beneficiário:Daniel Moura de Aguiar
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado