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Transplante de epífitas entre Florestas Estacionais Semideciduais para enriquecimento de florestas em processo de restauração

Texto completo
Autor(es):
Marina Melo Duarte
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Dissertação de Mestrado
Imprenta: Piracicaba.
Instituição: Universidade de São Paulo (USP). Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALA/BC)
Data de defesa:
Membros da banca:
Sergius Gandolfi; Flávio Bertin Gandara Mendes; Flaviana Maluf de Souza
Orientador: Sergius Gandolfi
Resumo

O enriquecimento com diferentes formas de vida, como com epífitas, é fundamental para o desenvolvimento de florestas em restauração, em paisagens fragmentadas, onde a dispersão natural é limitada. Epífitas são plantas que crescem sobre outras (forófitos). Têm papel ecológico importante, realizando ciclagem de nutrientes e oferecendo microambientes e alimentos a outras formas de vida. Características de forófitos, clima e microclima influenciam populações locais de epífitas. Para aumentar o sucesso do enriquecimento em florestas em restauração, é importante determinar quais filtros podem atuar no processo. Fizemos o censo de áreas que receberam autorização para supressão vegetal e obtivemos que, a cada ano, cerca de 500 ha de Florestas Estacional Semidecidual e Ombrófila Densa, em diferentes estágios de regeneração, são desmatados, apenas no estado de São Paulo. Elas podem fornecer material que pode ser recuperado e empregado na restauração de outras florestas. Neste trabalho, damos enfoque às epífitas que podem ser disponibilizadas a partir desse desmatamento. Transferimos 360 indivíduos de seis espécies delas, entre Bromeliaceae (Aechmea bromeliifolia e Tillandsia pohliana), Orchidaceae (Catasetum fimbriatum e Rodriguezia decora) e Cactaceae (Lepismium cruciforme e Rhipsalis floccosa) para duas Florestas Estacionais Semideciduais em processo de restauração, uma com 13 anos e outra com 23. As médias anuais de cobertura de dossel, entre os forófitos escolhidos, variaram entre 62,2 e 85,0% na floresta de 13 anos e entre 79,3 e 92,9% na floresta de 23 anos. Taxas de sobrevivência das diferentes espécies de epífitas foram superiores em floresta mais jovem, variando de 63.33 a 100%, enquanto em floresta mais madura variaram entre 55,17 e 89,66%. Transplantes usando fibra de palmeiras, capaz de reter água, e realizados no início de estação chuvosa podem ter explicado o maior sucesso em floresta mais nova. Taxas de sobrevivência, fixação, ramificação, floração e frutificação não estiveram relacionadas à espécie de forófito, à rugosidade de casca ou à posição de transplante. Por outro lado, elas estiveram relacionadas às espécies das próprias epífitas. Apenas em algumas situações e para determinadas espécies, taxas de fixação, ramificação e reprodução sexuada estiveram relacionadas aos valores de cobertura de dossel. Animais podem ter importantes papéis como polinizadores e dispersores de epífitas, o que mostra que sua presença na floresta é fundamental para a permanência dessas plantas em longo prazo. Ao final, separamos as principais conclusões tiradas deste trabalho e fizemos um guia de procedimentos práticos a serem adotados no enriquecimento de florestas em restauração usando epífitas provenientes de florestas a serem suprimidas. (AU)

Processo FAPESP: 10/04370-9 - Transplante de epífitas entre Florestas Estacionais Semideciduais para enriquecimento de floresta restaurada
Beneficiário:Marina Melo Duarte
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Mestrado