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Linhaça e lignanas: efeito do consumo sobre indicadores nutricionais e inflamatórios

Texto completo
Autor(es):
Roberta Soares Lara Cassani
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Tese de Doutorado
Imprenta: Ribeirão Preto.
Instituição: Universidade de São Paulo (USP). Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (PCARP/BC)
Data de defesa:
Membros da banca:
Julio Sérgio Marchini; Olga Maria Silverio Amancio; Ana Maria Pita Lottenberg; Carla Barbosa Nonino; Jose Ernesto dos Santos
Orientador: Julio Sérgio Marchini
Resumo

O processo inflamatório subclinico encontra-se associado à prevenção e controle de um agrupamento de fatores de risco (FR) nutricionais, entre eles, dislipidemia e aumento de depósito de gordura visceral. Indicadores nutricionais, inflamatórios e metabólicos parecem estar associados com o estilo de vida. A semente de linhaça tem sido reconhecida como um alimento rico em fibras e -3, entretanto, um novo constituinte de sua composição nutricional tem merecido atenção, pelo seu papel antiinflamatório e antioxidante. Este componente é chamado de lignanas, um polímero complexo e o principal constituinte não-carbohidrato de plantas vasculares. Está ligado a fibras de celulose, e é responsável por reforçar a estrutura das paredes celulares, o que previne o colapso das mesmas. Lignanas, em contato com a microflora intestinal humana transformam-se em enterolignanas, especialmente, enterodiol e enterolactona. O presente trabalho tem por hipótese que o teor de lignanas dietético pode interferir no perfil metabólico, e alterar fatores de riscos envolvidos no estado nutricional, e consequentemente na saúde. O conhecimento de que diferentes características na composição nutricional de macronutrientes da dieta poderiam modificar o perfil inflamatório, independentemente, da presença das enterolignanas provenientes da semente de linhaça também constituíram o objetivo deste estudo. Por 42 dias, foram avaliados 52 funcionários, pertencentes ao sexo masculino, com idade média de 37± 9 anos, de uma indústria de grande porte, na cidade de Itu-SP. Os voluntários foram divididos em 4 grupos de pesquisa, sendo, um grupo controle, e três grupos com dietas isocalóricas e diferentes proporções no % de carboidratos (CH), e acréscimo de semente de linhaça em pó ou arroz cru triturados (protocolo duplo cego). Foi preenchida ficha de coleta de informações sobre dados pessoais e conhecimento de fatores de risco (hipertensão, dislipidemia e diabetes), comportamentos de risco (tabagismo e sedentarismo) e antecedentes familiares. Foi também realizada avaliação clinico - laboratorial, no qual se obteve o registro de medidas antropométricas, medida da pressão arterial e coleta de sangue venoso em jejum de 12 h para avaliação de indicadores bioquímicos referentes à FR cardiovascular, tais como, colesterol total e frações (LDL-c e HDL-c), triglicérides, glicemia, insulina, Homa-beta e Homa-IR, ácido úrico, bem como, para avaliação de indicadores inflamatórios (Proteína C Reativa (PCR), Fator de Necrose Tumoral (TNF-) e Isoprostane Sérico), hormonais (Leptina e Adiponectina) e nutricionais (Enterodiol e Enterolactona séricas e urinárias). Observou-se que para redução significativa das medidas antropométricas estudadas e indicador de estresse oxidativo não houve diferenças entre os grupos que receberam intervenção dietética. Entretanto, para a melhora do perfil bioquímico, inflamatório, hormonal e nutricional, diferentes respostas foram encontradas. Os grupos que receberam dietas com redução de CH total (32% e 35%) mostraram benefícios, no que se refere ao perfil bioquímico, especialmente, colesterol total, LDL-c e ácido úrico, como também, para o perfil hormonal, referente aos níveis de adiponectina (p <0,05). Com relação aos níveis de PCR e TNF-, apenas os grupos que tiveram acréscimo de semente de linhaça na dieta apresentaram redução significativa (p<0,05). Para os níveis de triglicérides, somente o grupo com adição de semente de linhaça e 32 % de CH total apresentou diminuição significativa (p<0,05). Foi observado que com 32 % de CH total ingerido e adição de um alimento rico em lignanas constituiu-se uma estratégia nutricional relevante, para prevenção primária de fatores de risco metabólicos e controle da inflamação subclinica, o que pode contribuir na redução da morbi-mortalidade a eles associada. (AU)

Processo FAPESP: 07/55830-7 - Avaliacao por meio de estudo duplo cego do efeito da adicao de semente de linhaca (po) na modificacao do perfil de risco cardiovascular. existe efeito real?
Beneficiário:Roberta Soares Lara Cassani
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado