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Efeito de um programa progressivo de exercícios de reabilitação funcional e de orientação de auto cuidado sobre a dor, mobilidade e equilíbrio em portadores de artrite reumatóide

Texto completo
Autor(es):
Carolina Mendes do Carmo
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Dissertação de Mestrado
Imprenta: São Paulo.
Instituição: Universidade de São Paulo (USP). Faculdade de Medicina (FM/SBD)
Data de defesa:
Membros da banca:
Clarice Tanaka; Fátima Aparecida Caromano; Maiza Ritomy Ide
Orientador: Clarice Tanaka
Resumo

Introdução: Dor e deformidade nos pés são queixas comuns na Artrite Reumatóide (AR) promovendo alterações no equilíbrio e na mobilidade funcional. A informação somatossensorial dos pés e tornozelos para a regulação da postura e manutenção do equilíbrio tem sido discutida na literatura e apregoa-se que a integridade do pé e da sua informação sensorial são fundamentais para a estabilidade postural. Os programas propostos neste trabalho para estes pacientes integram atenção para a dor e para as deformidades enfocando a melhora da funcionalidade. Objetivos: (i) Verificar os efeitos de um programa progressivo de exercícios de reabilitação funcional e orientação de auto cuidado na dor, no equilíbrio e na mobilidade funcional em portadores de AR, personalizado segundo a necessidade e evolução do paciente, administrado individualmente; (ii) verificar os efeitos de um programa progressivo de exercícios de reabilitação funcional e orientação de auto cuidado na dor, no equilíbrio e na mobilidade funcional em portadores de AR, programa este pré-estabelecido, não personalizado, e administrado em grupo, e: (iii) comparar a eficiência dos dois programas em relação a um grupo controle. Métodos: 5 homens e 40 mulheres portadores de AR com dor e deformidade nos pés foram divididos em 3 grupos segundo ordem de encaminhamento para a fisioterapia: G1- grupo que recebeu o programa progressivo personalizado, G2- grupo controle, e G3- grupo que recebeu o programa progressivo préestabelecido . Todos os pacientes foram avaliados para dor (Escala Numérica de Dor - NRS), saúde dos pés (Questionário Condição de Saúde dos pés FHSQ-Br), equilíbrio (Escala de Berg Balance Berg e Teste de Alcance Funcional TAF) e mobilidade funcional (Teste de Timed Up & Go TUG) ao ingressar no estudo (A1) e após 30 dias (A2), ao completar o programa ou o período controle. O programa de exercícios do G1 foi administrado individualmente e sua progressão seguia o critério de necessidade e evolução do paciente. O programa de exercícios do G3 foi administrado em grupo e sua progressão foi pré-estabelecida em 4 etapas utilizando-se de 4 cartilhas de apoio. Os dois programas foram aplicados duas vezes por semana, durante um período de 30 dias, e eram constituídos de atenção para auto cuidado nos pés, treinamento de equilíbrio e de atividades funcionais. Resultados: Por ocasião do ingresso no estudo (A1) todos os pacientes eram semelhantes em todas as variáveis analisadas, com exceção do teste TUG, que apresentou diferença estatística entre G2 x G1 e G2 x G3 (p< 0,005). Quando analisados os grupos isoladamente, a comparação de A1 e A2 no programa progressivo personalizado - G1, apresentou melhora significativa na NRS (p= 0,002), Berg (p= 0,002), TAF (p= 0,008) e na mobilidade funcional - TUG (p= 0,001). Nos benefícios percebidos FHSQ-Br, apresentou melhora significante no domínio de dor (p=0,015), sapatos (p= 0,012), índice de saúde dos pés (p=0,039) e vigor (p=0,054). A comparação de A1 e A2 no grupo controle - G2, não foi observada diferença significativa em todas as variáveis estudadas. A comparação de A1 e A2 no programa progressivo pré-estabelecido - G3, apresentou melhora significativa no NRS (0,012), Berg (0,002), nos benefícios percebidos sob a dor nos pés (p= 0,013), função dos pés (p= 0,005), saúde geral dos pés (p= 0,001), índice de saúde geral dos pés (p= 0,004), atividade física (p= 0,014), capacidade social (p= 0,001) e índice de saúde (p= 0,015). Comparando-se os três grupos, o G1 apresenta melhora no teste TUG (p=0,001) quando comparado com G2 e G3, no NRS (0,001) quando comparado com G2, enquanto que o G3 apresenta melhora na saúde geral dos pés quando comparado com G1 (p=0,056) e G2 (p=0,037). Conclusão: O programa progressivo personalizado promoveu melhora da dor, do equilíbrio e da mobilidade funcional em portadores de AR além de 4 dos domínios do FHSQBR (dor nos pés, sapatos, índice de saúde dos pés e vigor). O programa progressivo pré-estabelecido promoveu a melhora da dor, do equilíbrio e dos benefícios percebidos em portadores de AR e em 8 domínios do FHSQ-BR (dor nos pés, função dos pés, saúde geral dos pés, índice de saúde geral dos pés, atividade física, capacidade social, índice de saúde). Comparando os programas, G1 apresentou melhora da mobilidade funcional e G3 apresentou melhora no benefício percebido em saúde geral dos pés. (AU)

Processo FAPESP: 06/02729-4 - Reeducação funcional da postura e do movimento em pacientes portadores de artrite reumatóide com dor e deformidade nos pés
Beneficiário:Carolina Mendes do Carmo
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Mestrado