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Música e fenomenologia no Traité de Pierre Schaeffer

Texto completo
Autor(es):
Glaucio Adriano Zangheri
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Dissertação de Mestrado
Imprenta: São Paulo.
Instituição: Universidade de São Paulo (USP). Escola de Comunicações e Artes (ECA/SBD)
Data de defesa:
Membros da banca:
Mario Rodrigues Videira Junior; João Epifanio Regis Lima; Lia Vera Tomás
Orientador: Mario Rodrigues Videira Junior
Resumo

O Traité des Objets Musicaux de Pierre Schaeffer (1910-1995) é um trabalho teórico que propõe uma revisão radical dos fundamentos teórico-musicais. Nesse sentido, ele pode ser considerado com um dos tratados mais relevantes da História da Música. Dentre os muitos assuntos abordados no Traité, Schaeffer investiga o som tal como ele é escutado, ou seja, o som como fenômeno. No primeiro capítulo expomos um rápido contexto histórico e as razões de Schaeffer escolher essa abordagem do som. Frente a uma situação de crise da produção e do conhecimento teórico-musical, várias correntes estéticas tomam como fundamento as Ciências exatas e a Física acústica. O resultado disso é aquilo que Schaeffer denominará \"músicas a priori\". Essa abordagem é recusada com o argumento de que a percepção sonora não pode ser reduzida às medições que descrevem o sinal acústico. Como alternativa, Schaeffer propõe uma pesquisa musical fundamental que conceba a música como uma interdisciplina e que, sobretudo, aborde o som como fenômeno (objeto sonoro). No segundo capítulo, explicitamos a filiação fenomenológica de Schaeffer apresentando as suas fontes: Merleau-Ponty e Husserl. Ainda nesse segundo capítulo, demonstramos de que forma a concepção de objeto sonoro é entendida por Schaeffer como um objeto intencional. No terceiro capítulo, expomos a gênese do conceito de objeto sonoro começando pela \"acusmática\" e, logo em seguida, apresentando de que forma uma série de concepções fenomenológicas (como transcendência, epoché e redução) são expostas por Schaeffer no próprio texto do Traité. No quarto capítulo, descrevemos a \"Teoria das quatro escutas\" e demonstramos em que sentido ela pode ser entendida como uma análise intencional da escuta. No quinto e último capítulo, apresentamos os dois principais resultados da análise intencional da escuta: em primeiro lugar, a correlação entre a escuta do físico e do músico; em segundo lugar, o reconhecimento de que o objeto sonoro representa uma síntese de um dualismo estrutural. Na conclusão, discutimos rapidamente as consequências da fenomenologia schaefferiana para o Programa da Pesquisa Musical proposto por Schaeffer nos Livros finais do Traité. (AU)

Processo FAPESP: 11/03956-2 - A fenomenologia da música em Pierre Schaeffer
Beneficiário:Glaucio Adriano Zangheri
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Mestrado