O possível papel do complexo de glicoproteínas associadas à distrofina e integrina na morte súbita na Doença de Chagas experimental

Resumo

A doença de Chagas, causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi, é endêmica em 21 países das Américas do Sul e Central. A transmissão via inseto tem sido eficientemente controlada na maioria das áreas atingidas e a transfusão sangüínea e a infecção congênita são, atualmente, as mais importantes fontes da doença em humanos. A produção experimental da doença de Chagas pela infecção de camundongos com o T. cruzi tem sido amplamente usada no estudo dos mecanismos patofisiológicos subjacentes a doença e a proteção do hospedeiro. Trabalhos realizados em colaboração com outros laboratórios têm demonstrado que, após o pico de parasitemia, esta regride e os animais começam a morrer subitamente após 25-30 dias de infecção. A falência cardíaca, além das alterações estruturais, tem uma base estrutural. Esta envolve todos os componentes do miócito cardíaco como do espaço extracelular. Além das proteínas do cardiomiócito que compreendem as proteínas contráteis, proteínas do esqueleto sarcomérico, proteínas do citoesqueleto, existe um grupo de proteínas que ligam os meios intra e extracelular, permitindo a interação entre as fibras musculares e a matriz extracelular. Estas proteínas compreendem distrofina, complexo de glicoproteínas associadas à distrofina e interação vinculina-integrina. O presente projeto de pesquisa propõe avaliar a organização, bem como a expressão das proteínas do complexo de glicoproteínas associadas à distrofina e sua relação com as proteínas do citoesqueleto na fase subaguda da infecção experimental por T. cruzi, ou seja, esclarecer o papel das proteínas do citoesqueleto, das proteínas que fazem a ligação entre os meios intra e extracelular e das proteínas da matriz extracelular, a buscar uma possível explicação para a morte súbita destes animais na evolução da doença. Além disso, dados adicionais da morfologia e função cardíaca obtidos via ecocardiograma e ressonância magnética, poderão auxiliar no entendimento das alterações cardíacas precedentes a morte dos animais. (AU)