Participação da célula B-1 na resposta inflamatória ao lipopolissacarídeo

Resumo

O sistema imunológico é caracterizado como um equilibrado sistema de vigilância que inicia e mantem respostas. A capacidade do sistema imunológico em eliminar as bactérias é determinante da boa evolução clínica na sepse. Por um lado uma resposta imunológica deficiente permite a invasão e progressão do agente invasor; contudo uma resposta inflamatória exacerbada leva a uma agressão dos órgãos com disfunção e até falência dos órgãos. O equilíbrio desta resposta inflamatória e imunológica é o ponto crucial para a cura. Trabalhos recentes têm demonstrado que a apotose de linfócitos ocorre em pacientes sépticos e também em modelos animais em sepse ou endotoxemia. A ocorrência da apoptose tem sido relacionada a uma evolução desfavorável e até ao óbito de pacientes e animais. Os linfócitos B são responsáveis por garantir a resposta específica a antígenos através da produção de anticorpos. Possuem memória, o que significa que um único contato com o antígeno garante resposta específica e mais rápida a uma exposição subsequente. Todas estas atribuições são extremamente controladas de modo a evitar que os linfócitos B produzam anticorpos contra o próprio corpo. As células B-1 são as responsáveis pela quase totalidade de IgM circulante, tendo a imunoglobulina secreta a característica de ser dirigida contra antígenos específicos, como por exemplo: lipopolissacarídeo (LPS). Outras funções das células B-1 têm sido apontadas, Popi e colaboradores sugerem uma ação modulatória dessas células sobre a atividade efetora de outras células, tais como macrófagos. O objetivo deste trabalho é estudar o papel da célula B-1 em regular a resposta inflamatória durante a endotoxemia. (AU)