Formigas em bromélias: efeitos em cascata sobre diversidade de artrópodes, ciclagem de nutrientes e ecofisiologia das plantas hospedeiras

Resumo

Inúmeros predadores interagem com plantas e estas interações podem ser benéficas e/ou prejudiciais para pelo menos um dos participantes. Plantas da família Bromeliaceae estão entre as mais utilizadas como abrigo por formigas na região Neotropical e, possuindo tanque (i.e., fitotelmata), estas plantas são ocupadas por inúmeros organismos terrestres e aquáticos, muitos dos quais possuem ciclos de vida complexos e fazem conexões inter-ecossistemas. Uma vez que as formigas predadoras Odontomachus hastatus e Gnamptogenys moelleri podem ser encontradas respectivamente em Vriesea procera e Quesnelia arvensis, elas podem alterar a composição e diversidade de espécies nestes micro-ecossistemas por meio da predação. Dependendo do comportamento destas formigas, elas podem alterar de forma diferente a composição de espécies nas bromélias, interferindo nas cadeias alimentares, causando cascatas tróficas inter-ecossistemas e interferindo em processos ecossistêmicos (e.g., ciclagem de nutrientes e sua disponibilidade para as plantas). No presente estudo desenvolveremos experimentos em campo e em casa de vegetação utilizando métodos isotópicos para responder as seguintes questões: (1) qual a influência das formigas O. hastatus e G. moelleri na nutrição e no desenvolvimento de suas bromélias hospedeiras? (2) As formigas O. hastatus e G. moelleri alteram a biota terrestre e aquática presente em suas bromélias hospedeiras? (3) A presença de O. hastatus e G. moelleri nas bromélias interfere nas populações de detritívoros e, como conseqüência, altera a velocidade de decomposição dos detritos e o fluxo de nitrogênio dos detritos para as bromélias?