Sistemas de colheita (com e sem queimada palhada) na sorção e dessorção de herbicidas em cana-de-açúcar

Resumo

O potencial agrícola do Brasil é apontado como fator estimulante para o desenvolvimento da indústria de pesticidas para lavouras, principalmente dos herbicidas. A cana-de-açúcar é uma das principais culturas agrícolas do país, ocupando mais de oito milhões de hectares. Recentemente, o seu sistema de colheita passa pela substituição da queima para a não queima da palhada por ocasião da colheita, gerando de 8 a 20 Mg ha-1 de resíduos em superfície. Dentre as principais modificações decorrentes da manutenção da palhada, está o aumento nos teores de carbono orgânico do solo. Tal alteração pode provocar variações na dinâmica de comportamento dos herbicidas no solo, pois se sabe que o potencial de sorção destas moléculas tende a aumentar com o teor de carbono orgânico no solo. No entanto, estudos sobre a influência da matéria orgânica adicionada ao solo pela queima ou não da cana-de-açúcar são escassos, dificultando as previsões de risco ao homem e ao meio ambiente, além de prejudicar nas recomendações de doses mais seguras no campo. Por isso, o objetivo deste trabalho é avaliar o efeito dos diferentes sistemas de manejo de colheita (com e sem queima) da cana-de-açúcar nos processos de sorção e dessorção dos herbicidas pré-emergentes diuron, hexazinone e tebuthiuron. (AU)