Tratamento de nodulos tireoideanos benignos com ablacao percutanea a laser versus acompanhamento.

Resumo

A doença nodular tireoidiana palpável é comum em até 6,4% das pessoas, e mais comuns quando a tireóide é examinada pela ultrassonografia. A grande maioria dos nódulos é benigna e, com o tempo, não se altera consideravelmente de tamanho. Algumas pesquisas estimam que aproximadamente 5% de todos os nódulos solitários são carcinomas tireoidianos. A punção aspirativa por agulha fina (PAAF) de nódulos tireoidianos não é capaz de distinguir em 26% dos casos entre lesão benigna ou maligna (achados citológicos indeterminados) ou o material aspirado não contém um número suficiente de células foliculares para um diagnóstico correto (achados citológicos inadequados). Às principais indicações de tratamento para um paciente eutireóideo com um nódulo tireoidiano benigno que não é hiperfuncionante são a compressão da traquéia ou do esôfago, o crescimento do nódulo e a recorrência de um nódulo cístico após aspiração. Outras indicações para o tratamento são o desconforto cervical, a preocupação cosmética e a ansiedade do paciente sobre o nódulo. As opções terapêuticas principais são a cirurgia (lobectomia unilateral) e o tratamento com tiroxina. A supressão da tireotrofina com a administração de tiroxina está indicada em casos estritamente específicos em função dos efeitos adversos. A terapia ablativa térmica também é uma opção de tratamento para lesões tireoidianas sólidas. A ablação intersticial a laser (AIL) consiste em induzir a necrose por coagulação da região tratada pela energia laser. Os estudos recentes sobre a AIL em nódulos tireoideanos mostram que a técnica é capaz de oferecer um alto nível de precisão e de destruir o tecido nodular tíreoídeano de maneira predizível e reprodutivel, de forma rápida (5-10 minutos), minimamente desconfortável e com raros efeitos colaterais. O objetivo desta pesquisa é avaliar se as alterações no volume dos nódulos tireoideanos benignos e dos sintomas relacionados aos nódulos são significativamente diferentes em pacientes tratados com a AIL quando comparados ao grupo controle sem terapia ativa e avaliar se os efeitos da terapia com AIL persistem com o tempo (pelo menos cinco anos de seguimento). (AU)