Modulação do bloqueio meiótico oocitário na maturação in vitro e seus efeitos nos complexos cumulus-oócito e na produção de embriões bovinos

Resumo

Na maturação in vitro (MIV) restringe-se o uso de hormônios superestimulatórios in vivo evitando excessivos gastos e manipulações do animal, além dos efeitos prejudiciais iatrogênicos da superestimulação ovariana. Porém, os sistemas de MIV não são comparavelmente eficientes aos eventos fisiológicos que ocorrem in vivo, principalmente no que concerne a sincronização entre as maturações nuclear ecitoplasmática do oócito. Removido do ambiente folicular (in vitro), rompem-se as junções GAP e os baixos níveis resultantes de AMPc nos oócitos permitem aretomada da meiose espontânea e a consequente assíncrona maturação citoplasmática. O sistema SPOM (simulated physiological oocyte maturation) proporciona uma manipulação farmacológica mais complexa da MIV. Neste sistema, inibe-se a progressão meiótica em duas fases distintas (pré-maturação e maturação), ao mesmo tempo em que estimula a maturação oocitária com altas doses de FSH, obtendo-se melhores resultados em relação a MIV convencional. Outro viés de investigação acerca do bloqueio meiótico compreende o sistema do precursor do peptídeo natriurético tipo C (NPPC) e seu receptor NPR2. A interação entre estes nas células do cumulus, indiretamente, contribui para a manutenção dos níveis de AMPc, mantendo assim o bloqueio meiótico. Portanto, o presente trabalho visa analisar globalmente o painel de maturação oocitária bovina in vitro, elucidando o sistema NPPC-NPR2 no bloqueio meiótico de oócitos bovinos e sua potencial aplicação nas rotinas de MIV; e comparando o sistema de MIV convencional com o SPOM na análise global dos transcriptomas de oócitos e células do cumulus e nos resultados dosembriões produzidos in vitro. Desta forma, o presente projeto proverá dados robustos para o desenvolvimento de sistemas que maximizem a produção in vitro de embriões bovinos e que será substancialmente aproveitado pelo projeto temático recém-aprovado pela FAPESP, denominado GIFT (2012/50533-2). (AU)