Estudo do vírus da Doença de Newcastle pelo método de RT-PCR em tempo real, em aves silvestres de diferentes regiões do Brasil e da Antártica

Resumo

A Doença de Newcastle é uma enfermidade viral aguda, de notificação compulsória, altamente contagiosa que acomete aves silvestres e comerciais. Sabendo-se que a avicultura brasileira é uma atividade de grande sucesso no Brasil, um surto da doença representaria um risco à economia e aos níveis de consumo de proteína de qualidade e economicamente acessível à população. As aves selvagens, sobretudo as migratórias, podem carrear o vírus da Doença de Newcastle (NDV) para regiões consideradas livres da doença, atuando como agentes transmissores em suas longas rotas entre as áreas de nidificação e invernada. Com o aumento da atividade humana e consequente risco de introdução de doenças na vida selvagem, em locais tão inóspitos como a Antártida, faz-se de grande importância o estudo da epidemiologia do NDV em aves marinhas e migratórias também nestes ambientes. Portanto, os objetivos desde trabalho é analisar a presença do NDV em amostras de aves silvestres, migratórias e residentes, em diferentes regiões do Brasil transpostas pelas principais rotas migratórias sul americanas, e em aves marinhas ao redor da base antártica brasileira e Ilha do Elefante, visando uma vigilância epidemiológica ativa. Serão analisadas 1200 amostras provenientes do Banco de Amostras do Laboratório de Virologia Clínica e Molecular, do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo, sendo 400 amostras coletadas de aves marinhas na região Antártica e 800 amostras coletadas de aves silvestres em diferentes regiões do Brasil. Serão estudadas também amostras ainda em fase de coleta de outros projetos ligados ao referido laboratório. As amostras serão testadas para a detecção de material genético do NDV através da técnica de Real Time Polimerase Chain Reaction (RT-PCR) com primers descritos na literatura. Os vírus detectados serão caracterizados geneticamente e seus hospedeiros analisados segundo suas ecologias e rotas de migração, visando identificar potenciais riscos a Saúde Pública e animal, contribuindo para o melhor conhecimento da etiologia e epidemiologia do NDV no Brasil e na Antártica. (AU)