Hormônios enteroendócrinos e células do sistema imune: impacto no metabolismo, diferenciação e função

Resumo

Os hormônios enteroendócrinos são hormônios liberados a partir da ativação das células enteroendócrinas (CEE) que residem na camada epitelial do trato gastrointestinal. As CEEs realizam a liberação destes hormônios a partir da presença de nutrientes. Dentre estes hormônios estão as incretinas GIP (Gastric Inhibitory Polypeptide) e GLP-1 (Glucagon-like Polipetide 1). Estes dois hormônios possuem a capacidade de liberar insulina a partir da ligação ao seu receptor nas células beta pancreáticas. As células dendríticas (DC) são responsáveis por apresentar antígenos para os linfócitos T CD4 e T CD8 e são consideradas a ponte entre a imunidade inata e a adaptativa. Os linfócitos T CD4+, quando estimulados pelas DC, podem se diferenciar em diferentes tipos e o controle da ativação desses linfócitos pode ser realizado pela geração de células T reguladoras (Treg). Ainda, estudos têm demonstrado que a ativação de GIP e GLP-1 pode ter um papel antiinflamatório. A hipótese deste trabalho é que as células do sistema imune podem sofrer modulação da sua ativação e diferenciação pela ação desses receptores, visando elucidar o impacto da ativação desses receptores nos diversos tipos de células imunes. O objetivo é avaliar o impacto da ativação dos receptores GIPR e GLP-1R nas diferenciações/ativações de células do sistema imune. Dessa forma, será avaliada a expressão dos receptores e sua modulação em células dendríticas, assim como a maturação de DC na presença de agonistas de GIPR e GLP-1R e o seu potencial em estimular os linfócitos T, a modulação da expressão dos receptores em linfócitos T CD4+ após ativação e na diferenciação dos diferentes subtipos, e o metabolismo glicolítico e oxidativo das DC e dos subtipos de célula T CD4+ após estimulação dos receptores. (AU)