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(Referência obtida automaticamente do SciELO, por meio da informação sobre o financiamento pela FAPESP e o número do processo correspondente, incluída na publicação pelos autores.)

O Trote e a Saúde Mental de Estudantes de Medicina

Texto completo
Autor(es):
Maria Cristina Pereira Lima [1] ; Ana Teresa de Abreu Ramos-Cerqueira [2] ; Cássia Lopes Dantas [3] ; Julia Ribeiro Lamardo [4] ; Luis Enrique Caton Reis [5] ; Albina Rodrigues Torres [6]
Número total de Autores: 6
Afiliação do(s) autor(es):
[1] São Paulo State University Julio de Mesquita Filho - Brasil
[2] São Paulo State University Julio de Mesquita Filho - Brasil
[3] São Paulo State University Julio de Mesquita Filho - Brasil
[4] São Paulo State University Julio de Mesquita Filho - Brasil
[5] São Paulo State University Julio de Mesquita Filho - Brasil
[6] São Paulo State University Julio de Mesquita Filho - Brasil
Número total de Afiliações: 6
Tipo de documento: Artigo Científico
Fonte: Rev. bras. educ. med.; v. 42, n. 2, p. 110-120, 2018-06-00.
Resumo

RESUMO Introdução: A prática do trote é um fenômeno que teve início na Idade Média e ainda persiste em muitas universidades pelo mundo. No Brasil, embora seja um problema amplamente reconhecido, tem sido insuficientemente estudado. Objetivo: Estimar a prevalência e identificar fatores associados à ocorrência de trote numa faculdade de Medicina pública, localizada no interior do Estado de São Paulo. Método: Foi realizado um estudo transversal do qual participaram 477 estudantes de Medicina do primeiro ao sexto ano do curso. O questionário autopreenchido continha questões e instrumentos estruturados que permitiram avaliar: características sociodemográficas e da vida acadêmica, apoio social, sintomas depressivos, uso problemático de álcool (por meio do Alcohol Use Disorder Identification Test — Audit), transtorno mental comum (por meio do Self Reporting Questionnaire — SRQ) e se o participante sofreu trote que considerou abusivo ou se aplicou trote do qual se arrependeu posteriormente. Foi realizada análise bivariada e regressão logística para identificar fatores independentemente associados a cada um dos desfechos (ter sofrido trote que considerou abusivo ou ter aplicado trote do qual se arrependeu posteriormente). Resultados: A taxa de resposta foi de 87,0%. Relataram ter sofrido trote abusivo 39,8% (IC95% 35,4% — 44,2%) dos estudantes, enquanto afirmaram ter aplicado trote do qual se arrependeram 7,5% (IC95% 5,2% — 9,9%) deles. Ter sofrido trote abusivo associou-se a: sexo masculino, não estar adaptado à cidade, apresentar menor escore na escala de apoio social e ter feito ou estar fazendo tratamento psiquiátrico e/ou psicológico após o ingresso na universidade. Ter aplicado trote, por sua vez, também se associou a sexo masculino, assim como a maior idade e maior pontuação no Audit. Conclusão: Trote associou-se a sexo masculino e à procura por tratamento de saúde mental entre os que o receberam e a uso problemático de álcool entre os que o praticaram. É fundamental que as instituições debatam e compreendam melhor o problema do trote, a fim de adotar medidas efetivas para que este seja prevenido. (AU)

Processo FAPESP: 11/21832-9 - Saúde mental de estudantes de medicina: um estudo de coorte
Beneficiário:Maria Cristina Pereira Lima
Modalidade de apoio: Auxílio à Pesquisa - Regular