Papel das porções dorsal e ventrolateral da matéria cinzenta periaquedutal de camundongos na modulação das reações comportamentais defensivas e antinocicepção induzidas por situações aversivas

Resumo

Diante de situações ameaçadoras, os animais apresentam um conjunto de respostas comportamentais e neurovegetativas geralmente acompanhadas por diminuição da sensibilidade dolorosa. A matéria cinzenta periaquedutal (MCP) tem sido destacada como uma das estruturas moduladoras das reações defensivas e como pertencente do sistema inibitório descendente (SID) da dor. Assim, já foi demonstrado que enquanto situações estressantes escapáveis ativam as colunas dorsolateral e lateral da MCP provocando analgesia não opióide, as situações inescapáveis levam à ativação da coluna ventrolateral e analgesia do tipo opióide. Em nossos estudos com camundongos empregamos como estímulo nociceptivo a injeção de formalina (que provoca dor tônica) na pata direita traseira e como situação ameaçadora, a exposição ao labirinto em cruz elevado aberto (LCEa) que por apresentar os 4 braços abertos, não permite ao animal a oportunidade de esquivar-se para um ambiente mais seguro. Pelo fato de ambos se tratarem de estímulos estressores inescapáveis, é provável que recrutem mecanismos da coluna ventrolateral da MCP. Porém, evidências indicam ser a região dorsal da MCP a principal porção envolvida na integração de respostas ao medo incondicionado. Além disso, sendo a dor um fenômeno polimodal é possível que seus diferentes componentes sejam modulados de forma distinta. Assim, com o propósito de investigar se diferentes tipos de dor estão sob controles inibitórios distintos, submeteremos camundongos a um teste nociceptivo de dor tônica (teste da formalina, TF) e a um que cause dor fásica ou transitória (choque nas patas, TCP), concomitantemente à exposição aos LCE aberto, padrão (LCEp: 2 braços abertos e 2 braços fechados), fechado (LCEf: 4 braços fechados). Como parte da nossa proposta, pretendemos também verificar os efeitos de lesão irreversível com NMDA das colunas dorsolateral e ventrolateral da MCP nas reações de defesa e na antinocicepção induzida pelo medo. (AU)