Efeito da estimulação beta2-adrenérgica na minimização do déficit regenerativo de músculos esqueléticos de ratos idosos.

Resumo

Com o avanço da idade ocorre perda gradual da massa muscular e um marcante déficit do potencial regenerativo da musculatura esquelética em idosos. Neste contexto, o estudo de possíveis agentes terapêuticos na atenuação do referido déficit regenerativo muscular em idosos ainda é pouco explorado. Bons candidatos são os agonistas beta 2-adrenérgicos sintéticos, por serem agentes anabólicos capazes de maximizar a recuperação do tamanho das fibras musculares em regeneração, acarretando na melhora da estrutura e função de músculos jovens. Além disso, estudos têm mostrado que o agonista beta 2-adrenérgico clembuterol antecipa a proliferação de células satélites em músculos jovens transplantados e que este mesmo agonista induz a expressão de genes musculares envolvidos na diferenciação miogênica em camundongos adultos. Portanto, agonistas beta 2-adrenérgicos poderiam minimizar o déficit regenerativo muscular em idosos não apenas através da melhora do trofismo das fibras musculares em regeneração, mas também através da melhora do processo regenerativo. Considerando-se que 1) apesar de se conhecer os efeitos benéficos de agonistas beta 2-adrenérgicos sobre a regeneração muscular em nível estrutural, os mecanismos intracelulares envolvidos nesse processo ainda estão pouco esclarecidos, e que 2) ainda não se conhece o possível papel de agonistas beta 2-adrenérgicos sobre a atenuação do déficit regenerativo muscular em idosos; nós decidimos estudar o papel do agonista beta 2-adrenérgico formoterol (mais seletivo ao adrenoceptor beta 2 do que os agonistas da velha geração e, portanto, menos deletério ao coração) em aspectos histológicos e moleculares (síntese protéica, perfil de ativação de elementos das vias reguladoras do trofismo muscular: dependente de AMPc, PI3K-AKT-mTORC1 e ubiquitina-proteassoma) da regeneração do músculo soleus de ratos jovens e idosos.