Variação alélica em cana-de-açúcar: quantificação do polimorfismo de sequência

Resumo

A cana-de-açúcar, pertencente ao gênero Saccharum L., originária do sudeste asiático e onde desde tempos remotos tem sido utilizada para a produção de açúcar. O bioetanol, um dos subprodutos da cana, representa uma importante fonte de energia renovável e menos poluidora que os derivados do petróleo. Até o momento, os programas de melhoramento da cana baseiam-se basicamente em cruzamentos e seleção das novas variedades originadas de cruzamentos entre híbridos de S. officinarum e S. spontaneum. Novos recursos genômicos foram desenvolvidos para auxiliar a pesquisa genética em cana: mapas genéticos, coleções de ESTs e biblioteca de BACs já estão disponíveis. No entanto a alta poliploidia, heterozigose e o comportamento meiótico irregular têm tornado um desafio a aplicação de marcadores moleculares e os estudos genéticos em geral. Sendo um dos genomas mais complexos que se conhece, a sintenia observada em gêneros próximos tem se tornado mais uma ferramenta essencial para o entendimento do genoma da cana. Diante da crescente importância econômica e da intrigante complexidade do genoma da cana-de-açúcar, propomos sequenciar e anotar as regiões homo/homeólogas dos genes únicos Leafy, TOR quinase e Fitocromo C, a fim de avaliar a variação alélica e a homeostasia de expressão destes genes em populações segregantes. Os conhecimentos adquiridos deverão permitir revelar novos aspectos da evolução do genoma da cana assim como aprimorar de maneira mais precisa o processo do melhoramento desta planta. O projeto também se enquadra dentro do contexto de um esforço internacional de se sequenciar o genoma da cana. (AU)