Efeito da interação de macrófagos co-cultivados com Leishmania spp. e bactérias no controle da infecção parasitária

Resumo

As leishmanioses são um grupo de doenças causadas por protozoário pertencente ao gênero Leishmania sp., parasita principalmente de macrófagos. As formas da doença variam desde lesões cutâneas simples que se curam espontaneamente, até a forma visceral que, quando não tratada, pode ser fatal. Estas variações dependem da espécie de Leishmania sp., do status imune do hospedeiro e de fatores ainda não conhecidos. No Brasil as principais espécies envolvidas na leishmaniose cutânea são Leishmania braziliensis e L. amazonensis; e em países do Velho Mundo L. major e L. tropica. A úlcera típica é indolor e costuma localizar-se em áreas expostas da pele; a infecção bacteriana secundária tem sido observada com frequência. A influência da infecção secundária na evolução e desfecho da leishmaniose tegumentar não foi comprovada, mas o conjunto de sinais e sintomas resultantes do processo parece constituir um fator adicional de morbidade, requerendo tratamento específico. A análise de fatores bióticos nas lesões, como a infecção secundária, e seu possível efeito na infecção com Leishmania auxiliará também na análise da dinâmica lesional. Neste projeto pretendemos analisar se o co-cultivo com bactérias Staphylococcus aureus e Pseudomonas aeruginosa, que podem estar presentes em lesões cutâneas leishmanióticas, altera o perfil fenotípico, isto é, a permanência ou eliminação de macrófagos infectados com L. amazonensis ou L. major e a produção da citocina inflamatória IL-1beta e óxido nítrico de macrófagos infectados. (AU)