Controle do ritmo e da quimiossensibilidade respiratória pelo tronco encefálico: aspectos moleculares, celulares, fisiológicos e patológicos

Resumo

O automatismo respiratório e o controle químico da respiração são processos inseparáveis. O grupamento respiratório parafacial (pFV) constitui um grupo de neurônios excitatórios que expressam o fator de transcrição Phox2b e apresenta um papel relevante no processo da quimiorrecepção central (neurônios do núcleo retrotrapezóide- RTN) e no automatismo respiratório. O pFV é também regulado por informações aferentes dos quimiorreceptores periféricos e por diversas informações sinápticas neuromodulatórias de outros núcleos encefálicos como o hipotálamo. Assim, os neurônios do pFV possuem um envolvimento na modulação do ritmo e padrão respiratório (inspiração e expiração), controlando a atividade dos neurônios localizados na coluna respiratória do bulbo ventrolateral. O nosso grupo de pesquisa tem investigado como os neurônios do pFV alteram sua atividade mediante as diversas interações neuromodulatórias recebidas e, assim, influenciar no controle respiratório (Moreira et al., 2021). A sinalização ocitocinérgica apresenta uma contribuição importante na manutenção de funções fisiológicas, incluindo a respiração. No entanto, o envolvimento da sinalização ocitocinérgica na modulação da atividade dos neurônios do pFV impactando o controle da respiração ainda não foi investigada e consiste o principal objetivo do presente projeto. Assim, no presente projeto, estamos propondo investigar como que a sinalização ocitocinérgica é capaz de modular a atividade dos neurônios do pFV e contribuir no controle respiratório. Para isso, estamos propondo o uso e a implementação de novas técnicas experimentais que nos permitirão entender desde os componentes celulares até a fisiologia integrativa da sinalização ocitocinérgica na região respiratória parafacial Basicamente, iremos utilizar uma tecnologia que será baseada, principalmente, no uso de vírus neurotrópicos, animais geneticamente modificados e registros da atividade elétrica de populações neuronais. Ao combinar essas metodologias a um repertório de métodos neuroanatômicos e neurofisiológicos, propomos os seguintes objetivos:Estudar a origem da projeção ocitocinérgica para a região respiratória parafacial.Investigar se existe diferença na sinalização ocitocinérgica para região respiratória parafacial relativo ao dimorfismo sexual.Caracterizar a ação sináptica da ocitocina em células neuronais da região respiratória parafacial.Caracterizar a ação sináptica da ocitocina em células não neuronais (células gliais) da região respiratória parafacial.Estudar o possível mecanismo pelo qual a sinalização ocitocinérgica, atuando na região respiratória parafacial, poderia melhorar condições clínicas de depressão respiratória.Investigar a participação das vias ocitocinérgicas para a região respiratória parafacial no controle do ciclo sono-vigília. (AU)