Morbidade e mortalidade entre trabalhadores expostos ao asbesto na atividade de mineração: 1940-1966

Resumo

As doenças atribuídas à exposição ao asbesto são bem conhecidas e amplamente divulgadas na literatura. Um dos estudos mais conhecido é o trabalho de Selikoff e Cols, que analisaram cerca de 17.000 trabalhadores expostos a essas fibras. No Brasil, inexiste estudo epidemiológico envolvendo número significativo de indivíduos, embora o asbesto seja minerado e manipulado, há 50 anos, envolvendo enorme contingente de pessoas. Dessa forma propomos estudar a mortalidade e morbidade de trabalhadores expostos a essa fibra, na atividade de mineração, no período de 1940 a 1996. Trata-se de uma população de aproximadamente 10.000 trabalhadores que nesse período estiveram expostos ao asbesto, especialmente do tipo crisotila. Todos serão submetidos a avaliação clínica, com ênfase na história ocupacional e exposição cumulativa radiológica, utilizando-se os critérios preconizados pela Organização Internacional do Trabalho (OIT-revisão-1980), sendo que, nos casos duvidosos, serão realizados tomografia computadorizada de alta resolução; e funcionalmente através da espirometria, segundo os critérios preconizados pela American Thoracic Society - ATS; capacidade de difusão e teste de exercício - a mortalidade será investigada adotando-se um procedimento de coleta de informações utilizado na investigação interamericana de mortalidade adotado pela Pan American Health Organization. Trata-se de estudo interinstitucional envolvendo as principais universidades paulistas -(UNICAMP, USP, UNIFESP) coordenado pela área de saúde ocupacional da UNICAMP. Os dados serão avaliados através de técnicas de análise de sobrevivência e/ou tábua de vida, sobre um estudo do tipo coorte histórica e concorrente. A determinação de riscos será estabelecida como variáveis dependentes e o tempo e o gradiente de exposição como variáveis explanatórias. (AU)