Resumo
Os mastocitomas são formações cutâneas neoplásicas originadas de mastócitos e se apresentam com frequência em cães. Dados clínicos e histológicos de mastocitomas cutâneos caninos fornecem informações prognósticas úteis, porém o curso clínico desta neoplasia é imprevisível há necessidade de fatores adicionais para predizer sua evolução. O manejo dos mastocitomas consiste em uma tarefa desafiadora, tendo em vista que terapias adjuvantes são notoriamente tóxicas, associadas com significante morbidade. Aliado a isso, os fatores prognósticos clínico-patológicos atuais não prevêem adequadamente a recorrência da doença e a sobrevida em um significante número de animais. As atuais pesquisas clínicas e moleculares relacionadas à progressão em neoplasias estão focadas em delinear os tipos precisos de alterações moleculares que ocorrem em cada estágio da progressão desta doença e em definir o impacto bioquímico e biológico destas alterações nos mecanismos que governam a proliferação, diferenciação e a relação intercelular destas células. Muitos marcadores vêm sendo estudados na tentativa de se estabelecer uma correlação da sua expressão com os fatores prognósticos atuais, o risco de progressão, metástase e sobrevida dos animais com cânceres. Dentre eles, temos o c-kit (Receptor Tirosina Quinase) responsável pela maturação e diferenciação dos mastócitos. Outras moléculas consideradas supressores tumorais e marcadores de proliferação tumoral estão sendo estudados em neoplasias humanas, como também em animais, dentre elas esta o gene supressor de tumor PTEN e as proteínas do complexo de adesão celular as caderina-E, ²-catenina, ±-catenina, e a p120-catenina, e algumas moléculas de comunicação celular, denominadas conexinas (Cx43 e Cx32), como também as metaloproteinases de matriz, dentre elas temos a metaloproteinase matrilisina (MMP-7). O intuito destes pesquisadores é identificar genes que possam estar associados ao desenvolvimento e progressão dos tumores em humanos e animais. A Medicina Veterinária carece de estudos moleculares direcionados ao entendimento das vias de sinalização em enfermidades específicas como as neoplasias caninas. Dentre elas temos os mastocitomas caninos, cujo curso clínico desta neoplasia é imprevisível e sempre há necessidade de fatores adicionais para predizer sua evolução. Para compreensão das relações intercelulares dos mastócitos e os mecanismos que desencadeiam a transformação neoplásica destas células, propomos neste projeto realizar um estudo nas três graduações do mastocitoma canino emblocado em parafina a fim de caracterizar o perfil de expressão e a distribuição in situ das proteínas c-kit, PTEN, MMP-7, caderina-E, ²-catenina, ±-catenina, p120-catenina, por imuno-histoquímica e conexinas (Cx43 e Cx32) por imunofluorescência. Propomos também estabelecer cultura das três graduações do mastocitoma canino e de mastócitos normais de pele canina, para um estudo ex-vivo, e avaliar o perfil expressão destas proteínas e seus respectivos RNAs mensageiros, nos mastócitos tumorais e compará-los com os normais, utilizando para isso as técnicas Western blot e PCR em Tempo Real. Nestas células estabelecidas em cultivo, também realizaremos análise imunocitoquímica para caracterizar o perfil de expressão e a distribuição destas proteínas. (AU)
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