Resumo
A relação câncer-inflamação é bem documentada, sendo que o desenvolvimento de 15 a 20% dos casos de câncer é precedido por inflamações crônicas. Entretanto, a maioria dos tumores sólidos apresentam uma habilidade paradoxal em recrutar células inflamatórias e regular positivamente mediadores inflamatórios, tais como citocinas, os quais auxiliam na progressão tumoral. Esse processo é definido como "tumor elicit inflammation (TEI)", e sugere-se que no câncer coloretal (CCR), TEI é induzida precocemente no processo de tumorigênese, particularmente pela indução de oncogenes decorrente do deterioramento da barreira epitelial e translocação de produtos microbianos para o tumor. O CCR é a segunda causa de morte por câncer nos Estados Unidos, apesar dos importantes avanços na detecção, cirurgia e quimioterapia. Drogas anti-inflamatórias aumentam a sobrevida nos casos de CCR, demonstrando a importância da inflamação para a progressão tumoral. Além da aspirina, nenhuma outra droga anti-inflamatória progrediu para estudos clínicos de prevenção ou terapia. Nesse sentido, essa proposta, a qual é parte do projeto de pós-doutorado "Mecanismo de ação da goniotalamina e derivados: uso de sondas fluorescentes e receptores de folato" visa estudar a goniotalamina (GTN), uma estiril-lactona com atividade anti-inflamatória e anticâncer em modelos de câncer de cólon associado a colite e câncer de cólon espontâneo. Estudos anteriores conduzidos pela proponente durante seu doutorado e pós-doutorado mostram que a GTN apresenta atividade antiproliferativa em células tumorais humanas, apresentando também atividades antitumoral e anti-inflamatória in vivo, sem sinais de toxicidade. Dessa forma, os dados anteriores justificam a investigação dos efeitos da goniotalamina e seu mecanismo de ação sobre processos inflamatórios que progridem a câncer e processos inflamatórios deflagrados pelo tumor, em modelos de carcinogênese induzida e espontânea. (AU)
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