Diferença de métodos de diagnóstico de obesidade e fenótipos de hipertensão arterial dos adolescentes da Coorte BRISA - uma análise transversal

• Processo: 25/11537-2
• Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Iniciação Científica
• Data de Início da vigência: 01 de setembro de 2025
• Data de Término da vigência: 31 de agosto de 2026
• Área de conhecimento: Ciências da Saúde - Medicina - Saúde Materno-infantil
• Pesquisador responsável: Ivan Coelho Machado
• Beneficiário: Laura Silva de Carvalho Quintino
• Instituição Sede: Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP). Universidade de São Paulo (USP). Ribeirão Preto , SP, Brasil
• Assunto(s): Adolescentes Hipertensão Obesidade Pediatria
• Palavra(s)-Chave do Pesquisador: adolescentes | hipertensão arterial | obesidade | Pediatria | Pediatria

Resumo

A hipertensão arterial (HA) e a obesidade na infância e adolescência representam condições crônicas com prevalência crescente e importante impacto na saúde pública. A coexistência de ambas amplia o risco de complicações cardiovasculares desde idades precoces. O diagnóstico da obesidade em adolescentes pode ser feito por diferentes métodos, como índice de massa corporal (IMC), circunferência abdominal (CA) e percentual de gordura corporal por densitometria (DXA), cada um com vantagens e limitações. A monitorização ambulatorial da pressão arterial (MAPA) tem se destacado como ferramenta importante para classificação de fenótipos hipertensivos, distinguindo subtipos como hipertensão mascarada e hipertensão do avental branco, com maior acurácia em comparação à medida de consultório.Este estudo tem como objetivo principal comparar a prevalência de obesidade em relação aos diferentes fenótipos de hipertensão definidos pela MAPA em adolescentes da coorte BRISA de Ribeirão Preto. Como objetivo secundário, pretende-se estimar a prevalência de HA em adolescentes obesos e não obesos, conforme diferentes critérios diagnósticos de obesidade (IMC, CA e gordura corporal). Trata-se de estudo transversal, observacional, utilizando dados do segundo seguimento (aos 11-13 anos) da coorte BRISA, que inclui adolescentes previamente acompanhados desde a gestação ou nascimento.A amostra estimada inclui 1006 adolescentes. Serão excluídos participantes com laudos inconclusivos da MAPA, doenças renais, outras causas secundárias de hipertensão e uso de medicação anti-hipertensiva. A pressão arterial de consultório foi medida com aparelho oscilométrico validado (OMRON HBP-1100), e a MAPA foi realizada com o equipamento TM-2430 (DMS® Brasil). A classificação dos fenótipos hipertensivos seguirá diretrizes da American Heart Association (2022), considerando PA normal, hipertensão do jaleco branco, mascarada e ambulatorial.As medidas antropométricas (peso, altura e CA) foram realizadas por equipe treinada. O IMC foi transformado em escore Z e classificado conforme curvas da OMS. A gordura corporal foi estimada por DXA e classificada conforme percentis propostos por McCarthy. A CA elevada foi definida como valor acima do percentil 90. Serão também analisadas variáveis sociodemográficas e antecedentes familiares.A análise estatística será conduzida em Python, incluindo estatística descritiva, testes de associação (como qui-quadrado) entre obesidade e fenótipos hipertensivos, com nível de significância de 5%.Embora existam diversos estudos sobre hipertensão arterial, as pesquisas envolvendo crianças e adolescentes são mais desafiadoras e menos frequentes. A maior parte das investigações sobre HA concentra-se em adultos, com escassez de dados longitudinais na população pediátrica. A relação entre hipertensão e obesidade é bem estabelecida, porém, suas particularidades em diferentes populações, avaliadas por distintas metodologias, ainda não são completamente compreendidas. Este estudo contribui para preencher essa lacuna, oferecendo dados valiosos para estratégias de rastreamento e prevenção precoce de doenças cardiovasculares em adolescentes. (AU)