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O papel do exercício físico e do ômega-3 na modulação hepática do receptor GPR120 em animais obesos: impacto no controle da homeostase glicêmica = The role of physical exercise and omega-3 fatty acids in the modulation of GPR120 expression in the liver of obese animals: the impact in the control of glucose homeostasis

Texto completo
Autor(es):
Guilherme Pedron Formigari
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Dissertação de Mestrado
Imprenta: Limeira, SP.
Instituição: Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Faculdade de Ciências Aplicadas
Data de defesa:
Membros da banca:
Dennys Esper Cintra; Eduardo Rochete Ropelle; Ronaldo Vagner Thomatiele dos Santos
Orientador: Dennys Esper Cintra
Resumo

Introdução: A obesidade é uma doença fora de controle, no qual drogas antiobesogênicas ou procedimentos cirúrgicos mostram-se ineficazes. A inflamação crônica e de baixo grau, característica da obesidade, contribui para o desarranjo metabólico e, neste contexto, o fígado surge como um dos principais órgãos afetados. Em linhas gerais, os ácidos graxos insaturados ômega-3 podem ajudar a reduzir a inflamação, por meio de seu receptor, GPR120, o qual desacopla o processo inflamatório oriundo de receptores do tipo Toll e de citocinas. Entretanto, os mecanismos responsáveis pela regulação da expressão do GPR120 ainda não foram completamente compreendidos. Em paralelo, o exercício físico apresenta-se como importante aliado às estratégias anti-inflamatórias sistêmicas, com ênfase na regulação hipotalâmica da fome. No entanto, pouco se sabe sobre o papel do exercício físico sobre a modulação da expressão do receptor GPR120. Objetivos: O objetivo deste trabalho foi avaliar a modulação da expressão do receptor de ácidos graxos insaturados GPR120 no fígado de animais saudáveis e obesos, após sessões de exercício físico aeróbio agudo ou crônico. Além disso, objetivou-se avaliar se a suplementação ou não com óleo fonte de ômega-3 (linhaça), concomitantemente às sessões de exercício poderiam interferir na expressão do receptor. Por fim, avaliar as possíveis interações e repercussões metabólicas, no que tange a sinalização hepática de insulina, as vias da glicogênese e neoglicogênese, bem como as vias pró- e anti-inflamatórias. Materiais e métodos: Camundongos Swiss com 4 semanas de idade foram submetidos a um protocolo de exercício físico aeróbio agudo, no qual fragmentos do tecido hepático foram removidos em diferentes tempos após o exercício para análise da expressão do GPR120. Em paralelo, outro grupo de camundongos foi mantido em dieta normocalórica (CT) e outro, induzido à obesidade através do consumo de dieta hiperlipídica por 8 semanas. Após esse período, os animais obesos foram distribuidos em outros quatro grupos e tratados durante 30 dias da seguinte forma: grupo obeso sedentário (OB); grupo obeso treinado (OB+EXE); grupo obeso + óleo de linhaça (OB+OL) ¿ 100 µL de óleo de semente de linhaça via gavagem; grupo obeso treinado + óleo de linhaça (OB+EXE+OL). Análises cromatográficas de varredura (lipidômica) foram realizadas para certificação da qualidade do óleo de linhaça. As vias de sinalização da insulina, inflamatória, glicogênica e do ?3 foram analisadas por immunobloting, com ou sem estímulo de insulina pela veia porta hepática. A sensibilidade à insulina foi aferida pelo teste de tolerância intraperitoneal (ITT) e o conteúdo de glicogênio foi analisado por espectrofotometria. Análises de variância (ANOVA) seguido pelo teste de significância de Tukey mostram-se significativos quando P<0,05. Resultados: Uma única sessão de exercício físico aeróbio não foi capaz de modular a expressão gênica e o conteúdo proteico de GPR120. No entanto, o exercício físico aeróbio crônico aumentou o conteúdo proteico de GPR120 no fígado de animais obesos quando comparado aos animais obesos sedentários (P<0,05). Além disso, o tratamento com óleo da semente de linhaça também foi capaz de aumentar a quantidade proteica de GPR120 (P<0,05). Ainda, o exercício físico crônico associado ou não ao óleo de linhaça aumentou a sensibilidade à insulina (P<0,05). Com relação a propagação do sinal inflamatório, tanto o exercício físico quanto o óleo de semente de linhaça foram capazes de reduzir a atividade e o conteúdo das proteínas envolvidas com a inflamação (P<0,05). Mesmo com a redução do processo inflamatório e aumento da sensibilidade à insulina, o conteúdo hepático de glicogênio não foi modificado de forma significante. Conclusão: As estratégias nutri e fisiogenômicas utilizadas neste trabalho indicam que tanto o exercício físico aeróbio crônico quanto o óleo de semente de linhaça aumentaram o conteúdo proteico de GPR120 no fígado de animais obesos e reduziram a atividade de proteínas envolvidas com o sinal inflamatório. Não houveram efeitos sinégicos entre as estratégias adotadas, contudo, ambos, o exercício físico e o óleo de linhaça, podem contribuir de forma significante para o restabelecimento, ainda que parcial, das sinalizações hepáticas, controladoras de funções primordiais no mais importante órgão metabólico de mamíferos (AU)

Processo FAPESP: 14/15258-6 - Modulação da expressão hepática do receptor GPR120 mediada por exercício físico em roedores obesos
Beneficiário:Guilherme Pedron Formigari
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Mestrado