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Eventos pedogenéticos afetando depósitos da Formação Marília (Neocretáceo) no município de Campina Verde (MG)

Texto completo
Autor(es):
Diego Sullivan de Jesus Alves
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Dissertação de Mestrado
Imprenta: Campinas, SP.
Instituição: Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Instituto de Geociências
Data de defesa:
Membros da banca:
Francisco Sérgio Bernardes Ladeira; Alessandro Batezelli; José Alexandre de Jesus Perinotto
Orientador: Francisco Sérgio Bernardes Ladeira
Resumo

A presente pesquisa tem como objetivo caracterizar os paleossolos da Formação Marília (Neocretáceo) no município de Campina Verde, região do Triângulo Mineiro, estado de Minas Gerais, e identificar as condições de formação durante a origem e desenvolvimento dos eventos pedogenéticos. A Formação Marília aflora em partes dos estados de São Paulo, Minas Gerais (região do Triângulo Mineiro), Mato Grosso do Sul e Goiás. É caracterizada por arenitos, conglomerados e argilitos/siltitos, com frequente ocorrência de calcretes e silcretes. Foi depositada sob uma associação de sistemas de leques aluviais de regimes torrenciais, fluviais e lacustres efêmeros, ou ainda, como um antigo sistema de lençóis de areia eólica. Foi realizado o reconhecimento dos paleossolos em três pontos distintos (Bastos 1, 2 e Capela), a partir das descrições macromorfológicas e análises laboratoriais (micromorfológicas, fluorescência de raios X, e difração por raios X). Conforme os resultados obtidos, dentificaram-se associações verticais entre paleossolos e depósitos sedimentares, os quais representam, respectivamente, períodos de estabilidade e instabilidade das superfícies. Em geral, ocorrem horizontes carbonáticos, comumente apresentando marcas de raízes e, pontualmente, associados à formação de calcretes e estruturas pedológicas, que evidenciam alto grau de desenvolvimento pedogenético. As estimativas de paleoprecipitação revelaram valores entre 308 mm/ano (horizonte calcretizado, Cca) e 1117 mm/ano (horizonte C/R). Constatou-se a predominância de palygorskita nos perfis de paleossolos, que é normalmente associada a ambientes secos e quentes, e especificamente no Bastos 1 (PP1), foi verificada presença de goethita, geralmente encontrada em solos altamente intemperizados, sob climas úmidos. Conclui-se que o clima semiárido prevaleceu durante a formação dos paleossolos e calcretes, com uma média de aproximadamente 530 mm anuais, marcado pela escassez, irregularidade e concentração das precipitações. O PP1 (Bastos 1) que registrou valores acima dos 1000 mm/ano sugerem condições de intenso intemperismo (CIA-K acima de 90), determinantes na remoção de bases por lixiviação, e que impediam a cimentação por carbonato de cálcio na matriz. Esses valores de paleoprecipitação não são decorrentes de fatores relativos à sazonalidade, mas estão associados a mudanças climáticas regionais, baseadas em ambientes com condições de maior umidade disponível (AU)

Processo FAPESP: 12/02587-6 - Reconstrução Paleoambiental da Formação Marília baseado no estudos dos paleossolos no município de Campina Verde (MG)
Beneficiário:Diego Sullivan de Jesus Alves
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Mestrado