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Investigação da proteína Anexina A1 em placentas humanas infectadas por Zika vírus

Texto completo
Autor(es):
Rafaela Batista Molás Mendes
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Dissertação de Mestrado
Imprenta: São José do Rio Preto. 2019-05-16.
Instituição: Universidade Estadual Paulista (Unesp). Instituto de Biociências Letras e Ciências Exatas. São José do Rio Preto
Data de defesa:
Orientador: Sonia Maria Oliani; Jusciele Brogin Moreli
Resumo

Introdução: A associação da infecção por Zika vírus (ZIKV) com malformação congênita e sequelas neurológicas trouxe uma preocupação global significativa. Estudos recentes têm mostrado que a infecção viral induz altos níveis de inflamação nas vilosidades placentárias. Neste contexto, a proteína anti-inflamatória anexina 1 (ANXA1) tem sido avaliada especialmente em células de defesa e associada com atividades antiparasitárias em explantes placentários infectados. Embora esses efeitos tenham sido explorados em diversas investigações, suas atividades ainda não estão completamente esclarecidas em placentas infectadas com ZIKV. Objetivos: Avaliar o envolvimento da proteína ANXA1 em placentas de mães infectadas pelo ZIKV. Materiais e métodos: Com o sangue materno e placentas, usando a técnica PCR em tempo real, foi possível classificar três grupos de estudo: (i) Neg/Neg (mãe e placenta negativas para o vírus), (ii) Pos/Neg (mãe infectada com vírus e placenta negativa) e (iii) Pos/Pos (mãe e placenta infectadas com vírus). Os fragmentos placentários foram fixados, incluídos em parafina e analisados para presença do ZIKV (anti-flavivirus 4g2), estruturalmente e para imunomarcações de células trofoblásticas (citoqueratina), mesenquimais e endoteliais (vimentina) e vasos (α-sma). As células inflamatórias foram analisadas por imunofluorescência e os níveis das citocinas IL-1β, IL-6, IL-10, TNF-α, IL-8 pelo analisador Multiplex Magpix. A expressão da ANXA1 foi avaliada por imunohistoquímica, Western blott e PCR em tempo real. Resultados: A presença do vírus ZIKV no grupo Pos/Pos mostra placentas com alterações estruturais, incluindo descolamento e desorganização do sinciciotrofoblástico. A infecção materna por ZIKV desencadeou resposta inflamatória na placenta, observada pelo recrutamento de células inflamatórias e aumento dos níveis de citocinas. Esses dados podem ser relacionados com a diminuição da idade gestacional e peso dos recém-nascidos. A ANXA1 foi altamente expressa no sinciciotrofoblasto nos grupos estudados, com diminuição na expressão gênica e proteica nos grupos infectados. Esses resultados apontam um mecanismo de defesa para evitar a infecção placentária. Conclusões: Em conjunto, nossos resultados mostram que a infecção materna por ZIKV é suficiente para desenvolver uma resposta inflamatória placentária, possivelmente modulando a ANXA1. Esses dados são inovadores e podem abrir um novo caminho para exploração futura dos mecanismos de ação dessa proteína no processo gestacional. (AU)

Processo FAPESP: 17/09136-3 - Proteína Anexina A1: caracterização e função em placentas infectadas com Zika Vírus
Beneficiário:Rafaela Batista Molás Mendes
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Mestrado