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Medida da capacidade vetorial de Anopheles albitarsis e de Anopheles (Kerteszia) no Vale do Ribeira, São Paulo

Texto completo
Autor(es):
Roseli La Corte dos Santos
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Tese de Doutorado
Imprenta: São Paulo.
Instituição: Universidade de São Paulo (USP). Faculdade de Saúde Pública (FSP/CIR)
Data de defesa:
Membros da banca:
Oswaldo Paulo Forattini; Marcelo Nascimento Burattini; Iná Kakitani Murata; Délsio Natal; Ricardo Lourenço de Oliveira
Orientador: Oswaldo Paulo Forattini
Resumo

Objetivo. Estimar a Capacidade Vetorial de Anopheles albitarsis e An. (Kerteszia) com a finalidade de conhecer a receptividade do Vale do Ribeira, Estado de São Paulo, com relação à malária, tanto no ambiente natural, quanto no alterado para fins agrícolas. Para tanto, propõem-se determinar a variação da taxa de picadas/homem/dia, a taxa de sobrevivência diária e a duração do ciclo gonotrófico de ambos os grupos. Material e métodos. Os estudos foram realizados em laboratório e no campo, em duas áreas do Vale do Ribeira, uma representada por fazenda com plantação de arroz irrigado e outra contígua à Mata Atlântica de encosta. Os dados referentes à taxa de picadas/homem/dia foram obtidos em colaboração com o Projeto Temático Fapesp 95/0381-4. Foram referentes às capturas de mosquitos com aspirador manual, de maio de 1996 a junho de 2000 para An. albitarsis e maio de 1996 a setembro de 1997 para Kerteszia. A taxa de sobrevivência diária foi estimada através de regressão linear dos dados obtidos a partir da técnica de marcação-soltura-recaptura e através do estudo da idade fisiológica. A duração do ciclo gonotrófico no campo foi estudada pela dissecção dos ovaríolos de fêmeas soltas ingurgitadas e em laboratório pelo fornecimento de alimentação para as fêmeas e observação individual até a oviposição. O comprimento do ciclo extrínseco do parasita foi determinado pelo método de Oganov-Rayevsky. Resultados. A taxa de picadas/homem/dia/ variou 0 a 628,5 para An. albitarsis e de 17,5 a 320,83 para Kerteszia no período estudado. A taxa de sobrevivência diária de An. albitarsis foi 0,61 e a de Kerteszia 0,45. A duração do ciclo gonotrófico de An. albitarsis foi de 2,5 dias no campo e de 4 dias em laboratório; a de Kerteszia foi de 3,5 dias em laboratório e não pôde ser determinada no campo. A Capacidade Vetorial foi igual a zero nos meses frios para ambos os grupos; nos meses quentes apresentou picos em janeiro, fevereiro e março com valor máximo de 0,803 em fevereiro de 1998 para An. albitarsis. Para Kerteszia o valor máximo encontrado foi de 0,081 em janeiro de 1997. Discussão. O modelo da Capacidade Vetorial indicou pequena possibilidade da ocorrência de malária endêmica no Vale do Ribeira veiculada por An. albitarsis. Os valores observados para os meses quentes apontam a possibilidade dessa espécie participar secundária ou esporadicamente como vetora. Tais observações mostraram-se coerentes com o histórico da transmissão malárica atribuída a essa espécie. Já os valores fornecidos pelo modelo para An. (Kerteszia) vão de encontro às informações sobre a transmissão na região. Os baixos valores obtidos para a Capacidade Vetorial desse subgênero foram atribuídos principalmente à taxa de sobrevivência encontrada. As dificuldades na análise dos dados e os resultados por ela fornecidos sugerem que provavelmente existam características desse grupo que não se encontram contempladas no modelo apresentado. (AU)

Processo FAPESP: 96/09174-4 - Medida da capacidade vetorial de duas espécies potencialmente transmissoras de malária na região Sudeste do Brasil
Beneficiário:ROSELI LA CORTE DOS SANTOS
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado