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Proteômica da esquizofrenia: busca por biomarcadores em plaquetas

Texto completo
Autor(es):
Helena Passarelli Giroud Joaquim
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Tese de Doutorado
Imprenta: São Paulo.
Instituição: Universidade de São Paulo (USP). Faculdade de Medicina (FM/SBD)
Data de defesa:
Membros da banca:
Wagner Farid Gattaz; Orestes Vicente Forlenza; Paulo Clemente Sallet; Silvio Marques Zanata
Orientador: Wagner Farid Gattaz
Resumo

Esquizofrenia é um transtorno psiquiátrico complexo que afeta cerca de 1% da população mundial. Apesar de progressos consideráveis nos últimos anos, a etiologia da doença ainda não foi elucidada principalmente pela heterogeneidade tanto do início quanto da progressão da doença. Frequentemente os sintomas dos pacientes são comuns a outras desordens neuropsiquiátricas, dificultando a diferenciação por meio de métodos essencialmente clínicos. Por isso, pesquisadores têm tentado identificar medidas baseadas em características moleculares que justifiquem e expliquem a etiologia da esquizofrenia. Já há alguns estudos com marcadores no cérebro, mas por esse ser um material com disponibilidade limitada, os esforços tem se concentrado em encontrar biomarcadores periféricos. Este estudo visou traçar um perfil proteico, em plaquetas, de pacientes drug-naïve com diagnóstico de esquizofrenia. Para tanto, comparamos este grupo com controles saudáveis e com controles psiquiátricos. Utilizamos duas abordagens proteômicas complementares para análise: a primeira, uma ferramenta clássica utilizando eletroforese bidimensional com posterior identificação dos spots por espectrometria de massas; e a segunda, uma abordagem de identificação em larga escala por shotgun label-free. Foram analisadas amostras de 16 controles saudáveis, de 11 pacientes com esquizofrenia e de 8 pacientes com transtornos do humor (controle psiquiátrico). Com a eletroforese bidimensional foram identificados 110 spots comuns nos géis de controles saudáveis, 83 spots comuns aos géis de pacientes com esquizofrenia e 80 spots comuns aos géis de pacientes com diagnóstico de transtornos do humor. Foram encontrados 27 spots exclusivos do grupo controle, não sendo detectados em nenhum dos dois grupos de pacientes. Esses spots foram recortados e analisados por espectrometria de massas revelando proteínas relacionadas com: neurotransmissão, sinapse, neurodesenvolvimento, homeostase celular, sinalização de cálcio, apoptose, resposta imune, e estresse oxidativo. Para verificação dos resultados, escolhemos proteínas de acordo com sua função já descrita na literatura e ineditismo na matriz e na casuística estudadas. Por meio da técnica de western blotting, encontramos diminuições significantes nos níveis de anexina A3 e peroxirredoxina 6 nos dois grupos de pacientes. Ambas proteínas diferentemente expressas nos pacientes já foram relacionadas à fosfolipase A2, que é a principal enzima responsável pelo metabolismo de fosfolípides de membrana e tem sido associada à desordens neuropsiquiátricas, inclusive à esquizofrenia. Ainda há algumas abordagens analíticas e bioinformáticas a serem realizadas na busca por candidatos a biomarcadores de esquizofrenia em plaquetas. Os resultados obtidos por shotgun necessitam de uma análise mais aprofundada além da verificação e validação em coortes maiores. A casuística utilizada para este trabalho é bastante valiosa já que permitirá a elucidação de alterações proteômicas já no primeiro episódio psicótico (AU)

Processo FAPESP: 13/10350-9 - Proteômica da esquizofrenia: busca por biomarcadores em plaquetas
Beneficiário:Helena Passarelli Giroud Joaquim Nadal
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado