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Evolução da forma do crânio em tartarugas extintas e viventes

Texto completo
Autor(es):
Guilherme Hermanson Souza
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Dissertação de Mestrado
Imprenta: Ribeirão Preto.
Instituição: Universidade de São Paulo (USP). Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (PCARP/BC)
Data de defesa:
Membros da banca:
Max Cardoso Langer; Tiana Kohlsdorf; Pedro Pereira Rizzato; João Fabrício Mota Rodrigues
Orientador: Max Cardoso Langer
Resumo

A interação entre forma e função (ecomorfologia) é, de longa data, um tema de interesse no que diz respeito à evolução do crânio de vertebrados, tendo sido proposto que sua forma possui correlações com fatores como habitat ou dieta para diversos grupos. No presente trabalho, testa-se a hipótese de que diferentes aspectos ecológicos da história natural de tartarugas guardam relação com sua forma craniana e, a partir dos resultados para espécies viventes, infere-se a presença de tais aspectos em suas formas fósseis aparentadas. Para sua realização, empregou-se morfometria geométrica e métodos filogenéticos multivariados em uma base de dados de 93 modelos tridimensionais de crânios de tartaruga, obtidos com o auxílio de tomografia computadorizada. Encontrouse evidência que a morfologia do crânio de tartarugas viventes é estruturada por alometria, capacidade de retração do pescoço, hábitos marinhos, e um conjunto de características relacionadas à dieta, como o uso de alimentação por sucção, herbivoria e durofagia. Quando usadas para inferir aspectos ecológicos de espécies extintas, algumas predições corroboraram suposições prévias da literatura, como a presença de hábitos durófagos na tartaruga-estemática Eubaena e hábitos marinhos em linhagens extintas de queloniídeos, além de mostrar que membros de grupos marinhos fósseis exibiam características ecológicas convergentes às de algumas tartarugas-marinhas viventes. Por exemplo, a ausência de retração do pescoço, herbivoria em alguns pelomedusóideos litorâneos, e alimentação por sucção semelhante à da tartaruga-de-couro Dermochelys em grupos como bothremidídeos, angolaquelônios e provavelmente no protostegídeo Desmatochelys. De maneira geral, os resultados mostram que uma associação de fatores ecológicos múltiplos age em conjunto moldando o crânio de tartarugas, e fornecem mais evidência a respeito da influência da capacidade de retração do pescoço. Adicionalmente, infere-se características ecológicas para linhagens marinhas previamente não consideradas, ilustrando notáveis exemplos de convergência durante a adaptação a ecossistemas marinhos ao longo da história evolutiva de tartarugas. (AU)

Processo FAPESP: 19/02086-6 - Evolução da forma do crânio em tartarugas extintas e viventes
Beneficiário:Guilherme Hermanson Souza
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Mestrado