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Nanopartículas lipídicas como carreadores de triterpenos para o tratamento da leishmaniose visceral experimental

Texto completo
Autor(es):
Jéssica Adriana de Jesus
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Tese de Doutorado
Imprenta: São Paulo.
Instituição: Universidade de São Paulo (USP). Faculdade de Medicina (FM/SBD)
Data de defesa:
Membros da banca:
Luiz Felipe Domingues Passero; João Henrique Ghilardi Lago; Marcia Dalastra Laurenti; José Angelo Lauletta Lindoso
Orientador: Luiz Felipe Domingues Passero
Resumo

A leishmaniose é uma doença causada por protozoários flagelados, e que afeta milhões de pessoas em todo o mundo. Os tratamentos disponíveis possuem eficácia limitada e induzem efeitos colaterais variando de leve a grave, dificultando a aderência de pacientes. Assim, torna-se essencial o desenvolvimento de novos medicamentos e estratégias relacionadas ao tratamento desta doença tropical negligenciada. O presente estudo avaliou as atividades leishmanicidas in vitro e/ou in vivo dos triterpenos ácido maslínico (AM), ácido ursólico (AU), betulina (Be) e lupeol (Lu) carreados ou não em nanosistemas. Os triterpenos AM, AU, Be e Lu foram testados em formas promastigotas e amastigotas intracelulares de Leishmania (Leishmania) infantum. Todos os triterpenos, exceto Be, foram ativos contra as formas promastigotas e amastigotas de L. (L.) infantum. As principais alterações ultraestruturais dos parasitos tratados com AM, AU e Lu estiveram relacionadas à formação de compartimentos vesiculares com ou sem figuras de mielina ou restos de membranas, além de desestruturação da mitocôndria do parasito, que se mostrou com volume aumentado e fragmentada. Adicionalmente, formas promastigotas de L. (L.) infantum apresentaram alteração no potencial de membrana após 15 minutos de incubação com AU e Lu. A cromatina dos parasitos também se mostrou fragmentada, sugerindo que os triterpenos induzem morte celular programada. Para maximizar o potential leishmanicida dos triterpenos Au e Lu, nanopartículas lipídicas sólidas (SLN) e carreadores lipídicos nanoestruturados (NLC) contendo estes triterpenos foram produzidos pelas técnicas homogeneização à alta pressão (HP) a quente e por ultrasonicação (Son), com diferentes concentrações de lipídeo (5 e 10%), tensoativo (1 e 2%) e fármaco (0,10%). Análises físico-quimicas mostraram que SLN e NLC exibiram forma esférica com superfícies lisas e com tamanho médio abaixo dos 272 nm; o potencial zeta das nanopartículas apresentaram se negativos e elevados, variando entre -26,11 a -37,22 mV, sugerindo que as nanoformulações são estáveis. Além disso, se apresentaram com índice de polidispersão menor que 0,25. Estudos de Calorimetria exploratória diferencial (DSC) e espectroscopia no infravermelho com transformada de Fourier (FTIR) mostraram que o AU e Lu foi solubilizado na matriz lipídica, tanto nas SLN como nos NLC, uma vez que não houve quaisquer eventos de fusão de droga nessas técnicas. Estudos in vitro mostraram que NLC carreando AU ou Lu apresentaram elevada atividade leishmanicida quando comparado às SLNc carreando os triterpenos. De acordo com os dados físicos e de potencial leishmanicida, NLC carreando AU (NLC-AU) ou Lu (NLC-Lu) foram selecionadas para realização de estudos in vivo. Em hamsters saudáveis, foi visto que NLC-AU ou NLC-Lu não alteraram a estrutura histológica de baço, fígado, rim, pulmão e coração, entretanto foi observado leve infiltrado inflamatório no espaço porta nos grupos tratados com o Lu livre. Animais infectados e tratados com NLC-AU ou NLC-Lu tiveram diminuição significativa do parasitismo hepático e esplênico e a eficácia das nanoformulação foi superior àquela do AU, Lu e anfotericina B administrados livremente. A atividade terapêutica se correlacionou com elevação da expressão de IFN-e/ou iNOS nos animais infectados e tratados com NLC-AU ou NLC-Lu. Os dados sugerem que os NLCs são potenciais sistemas para a entrega de triterpenos com atividade anti-Leishmania aprimorada

Processo FAPESP: 16/10324-6 - Nanopartículas lípidicas como carreadores de triterpenos para o tratamento da Leishmaniose Visceral Experimental
Beneficiário:Jéssica Adriana de Jesus
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado