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Papel das células Th17 e T reguladoras (TREGs) na imunomodulação de lesões periapicais experimentais

Texto completo
Autor(es):
Carolina Fávaro Francisconi
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Tese de Doutorado
Imprenta: Bauru.
Instituição: Universidade de São Paulo (USP). Faculdade de Odontologia de Bauru (FOB/SDB)
Data de defesa:
Membros da banca:
Gustavo Pompermaier Garlet; Camila Peres Buzalaf; Roberta Okamoto; Camila de Oliveira Rodini Pegoraro
Orientador: Gustavo Pompermaier Garlet
Resumo

A patogênese das lesões periapicais é determinada pelo equilíbrio entre a resposta imune pró-inflamatória do hospedeiro e a resposta anti-inflamatória/reparo. Diferentes subtipos de linfócitos e seus produtos têm sido implicados na patogênese dessas lesões, tais como as células T reguladoras (Tregs) e Th17. Enquanto as Tregs parecem ser potenciais agentes imuno-reguladores, Th17 parece estar associada à maior severidade da doença. Neste estudo, foram investigados o envolvimento de Tregs e Th17, além do impacto de diferentes terapias na progressão de lesões periapicais experimentais. Para isso, lesões periapicais foram induzidas (exposição pulpar e inoculação bacteriana) em camundongos C57BL/6, IL- 17KO e CCR4KO tratados com anticorpos anti-GITR (inibe a função de Treg) ou com CCL22p, partículas de ácido poliláctico-glicólico (induz a migração de Tregs). Além disso, os camundongos WT foram tratados com anti-RANKL utilizando protocolos contínuos ou intermitentes, ou com anti-TNF como controle. Posteriormente, analisou-se o fluxo e fenótipo de Tregs e Th17, perda óssea periapical e expressão de citocinas inflamatórias/imunológicas e marcadores de reparo (RealTimePCRarray, ELISA). A inibição de Tregs (depleção de CCR4 ou terapia anti-GITR), aumentou significantemente a severidade da lesão, associada com o aumento da expressão de citocinas pró-inflamatórias, Th1, Th17 e mediadores de destruição tecidual em paralelo com a diminuição dos marcadores de Treg e de reparo. A liberação local de CCL22 no canal radicular resultou na migração de Treg, dependente de CCR4, levando à modulação da lesão periapical, associada com a diminuição da expressão de marcadores pró-inflamatórios e de destruição tecidual em paralelo com o aumento dos marcadores de Tregs e de reparo. O tratamento anti-RANKL impediu o desenvolvimento da lesão, mas provocou uma resposta inflamatória contínua caracterizada pela elevada expressão de citocinas pró-inflamatórias e mediadores de destruição tecidual e diminuição da expressão dos marcadores de Tregs e de reparo. Este tratamento levou à recidiva da lesão e foi associado com o aumento da razão células TCD4 efetoras/supressoras e com o perfil de expressão gênica de lesões ativas. O tratamento anti-TNF limitou a progressão das lesões e não promoveu sua recidiva após o término da terapia, estando associado à resposta do hospedeiro atenuada. Por fim, a ausência de IL-17 resultou em lesões menos severas, associadas com o aumento da expressão de marcadores de reparo e citocinas anti-inflamatórias, em paralelo com a menor expressão de marcadores de destruição tecidual e citocinas pró-inflamatórias. De fato, observou-se menor concentração de osteoclastos, neutrófilos e células inflamatórias, na ausência de IL-17. Conclui-se, portanto, que as células T reguladoras são essenciais no controle da lesão periapical, enquanto as células Th17 acentuam a severidade dessas lesões. Comparando com outras estratégias clínicas, tais como a terapia anti-RANKL que perpetua a resposta inflamatória do hospedeiro levando a recidiva da lesão, a quimioatração de Treg bem como a inibição de Th17 podem ser estratégias promissoras para o manejo clínico das lesões periapicais. (AU)

Processo FAPESP: 13/05994-4 - Papel das células Th17 e T reguladoras (Tregs) na imunomodulação de lesões periapicais experimentais
Beneficiário:Carolina Fávaro Francisconi Mortari
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado