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Iniciação do andar e doença de Parkinson: influência da presença de um obstáculo, da tarefa cognitiva e da informação sensorial

Texto completo
Autor(es):
Lucas Simieli
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Tese de Doutorado
Imprenta: Bauru. 2022-01-31.
Instituição: Universidade Estadual Paulista (Unesp). Faculdade de Ciências. Bauru
Data de defesa:
Orientador: Fabio Augusto Barbieri
Resumo

A dificuldade na iniciação da marcha é recorrente em pacientes com doença de Parkinson (DP). A ausência de ajustes posturais antecipatórios (APAs) que ocorrem antes do início do movimento de andar são as principais causas de dificuldades nesta população e está relacionada com os sinais e sintomas comuns na DP como acinesia e instabilidade postural. O aumento na complexidade motora e na demanda cognitiva e sensorial pode prejudicar ainda mais a iniciação do andar de pacientes com DP. Assim, este estudo tem como objetivo investigar o efeito da presença de obstáculo, da tarefa dupla e da restrição sensorial durante o início do andar em pacientes com DP. Para isso, uma sequência quatro estudos foram desenvolvidos. No primeiro estudo foi realizada uma revisão sistemática com objetivo de determinar as mudanças nos parâmetros de centro de pressão, APAs e espaço-temporais durante a iniciação da marcha de pacientes com DP. Os estudos posteriores tiveram como objetivo verificar o efeito da presença do obstáculo de diferentes alturas na iniciação do andar, de analisar a influência da carga cognitiva e de determinar a contribuição da informação visual e proprioceptiva na iniciação do andar com e sem a presença do obstáculo em pacientes com DP. Em cada estudo participarão entre 13 e 15 pacientes com DP e o mesmo número idosos neurologicamente sadios. Todos os participantes foram avaliados cognitivamente, sendo que os pacientes com DP ainda foram avaliados clinicamente. Os resultados da revisão sistemática ilustram a importância do estudo da iniciação do andar, uma vez que o grupo DP apresenta dificuldades em iniciar o primeiro passo, diminuindo o número de APA para realizar esse início de forma mais segura e eficiente. Ainda, revelou que pouco se sabe sobre a influência de tarefa duplas durante essa fase, sendo poucas as evidências, mas que já indicam a dificuldade ainda maior do grupo DP em lidar com duas ou mais tarefas durante essa etapa do andar. Nosso estudo sobre altura do obstáculo mostrou uma característica interessante sobre os APA: o grupo DP mantém os parâmetros dos APA praticamente inalterados, independente da altura. Os ajustes para iniciar a tarefa com obstáculo são, majoritariamente, nos ajustes espaço temporais (comprimento, largura, duração e velocidade do passo). Os dados dos estudos 3 e 4, somam aos achados do estudo 2, evidenciando a robustez dos dados dos APAs. Ou seja, indivíduos com DP conservam os APA durante o início do andar em ambientes mais complexos, modificando parâmetros espaço-temporais do andar. Ainda, quando a visão dos membros inferiores é bloqueada, os parâmetros espaço-temporais sofrem mais ajustes, corroborando com a literatura sobre a necessidade de informação visual maior para indivíduos com doença de Parkinson. Dessa forma, é possível afirmar que pessoas com DP apresentam dificuldades na iniciação do andar, de modo que os APA são menores e mais lentos quando comparados a idosos sem DP. Entretanto, esses parâmetros são pouco modificáveis, elucidando a robustez que o sistema carrega para modifica-los de acordo com a tarefa. (AU)

Processo FAPESP: 16/14950-9 - Iniciação do andar e doença de parkinson: influência da presença de um obstáculo, da tarefa cognitiva e da informação sensorial
Beneficiário:Lucas Simieli
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado