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Influence of landscape attributes on occurrence of primates and density of Callicebus nigrifrons in the northeast of São Paulo State, Brazil

Texto completo
Autor(es):
Carla Cristina Gestich
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Tese de Doutorado
Imprenta: Campinas, SP.
Instituição: Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Instituto de Biologia
Data de defesa:
Membros da banca:
Eleonore Zulnara Freire Setz; Júlio César Bicca Marques; Erica Hasui; Alexandre Uezu; Marina Corrêa Côrtes
Orientador: Rogério Grassetto Teixeira Da Cunha; Eleonore Zulnara Freire Setz
Resumo

O processo de fragmentação da paisagem e redução da cobertura vegetal, potencializado pela expansão das atividades humanas, é hoje a maior ameaça à biodiversidade. As espécies especialistas florestais, como os primatas Neotropicais, estão entre as mais vulneráveis a esta mudança. No nordeste do estado de São Paulo, cuja vegetação sofre intensa redução e fragmentação, bugio-preto (Alouatta caraya), macaco-prego (Sapajus nigritus), sauá (Callicebus nigrifrons), e mico-estrela (Callithrix penicillata) ocorrem em simpatria. Nós estudamos a influência da estrutura da paisagem sobre essas espécies. Para isso, fizemos levantamentos da ocorrência das espécies em 17 fragmentos florestais e, nos locais onde detectamos a presença de sauá, realizamos estimativas de sua densidade populacional e avaliamos seu comportamento vocal em resposta ao estímulo de playback. Primeiramente, avaliamos o tamanho da paisagem (escala de efeito dentre paisagens de 0,2 a 28,3 km²) que melhor prediz as respostas dos primatas às variações em atributos da paisagem. Em seguida, testamos quais atributos influenciam a riqueza de espécies, a densidade de sauás e o comportamento vocal dos sauás (representando seu comportamento de defesa de recursos). As respostas dos primatas às alterações na estrutura da paisagem são dependentes da escala, que varia de acordo com o atributo da paisagem e resposta biológica avaliada. A riqueza de espécies esteve associada ao tipo de vegetação do fragmento focal e negativamente à quantidade de cobertura florestal e de borda florestal presente na paisagem. A complexidade estrutural e maior diversidade de plantas no fragmento focal possivelmente possibilita a coexistência de maior número de espécies. Além disso, a probabilidade de registro dessas espécies no fragmento avaliado é maior quando a paisagem apresenta menor disponibilidade de hábitat. A densidade de sauás foi negativamente afetada pela cobertura florestal na paisagem, relação potencializada pelo grau de fragmentação do hábitat. Este cenário, em curto prazo, pode levar a um adensamento dos indivíduos no pouco hábitat disponível. Tal aumento de densidade pode ser favorecido também por outros processos, por exemplo, a diminuição da taxa de predação. Porém, em longo prazo, essa situação pode ter um efeito negativo para a população e, portanto, deve ser avaliada com cuidado. Além disso, o comportamento vocal dos sauás foi mais intenso nos fragmentos inseridos em paisagens com maior cobertura florestal, sugerindo que a disponibilidade de recursos florestais na paisagem pode influenciar o seu comportamento de defesa de recursos. Portanto, a estrutura da paisagem afetou os primatas em vários níveis, desde seu comportamento até dinâmicas populacionais e de comunidade (AU)

Processo FAPESP: 12/14245-2 - Influência de parâmetros da paisagem sobre a ocorrência de primatas e a densidade de Callicebus nigrifrons no Nordeste do estado de São Paulo
Beneficiário:Carla Cristina Gestich
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado