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O excesso de glicocorticóide, durante a gestação em camundongos prejudica a recuperação das células beta-pancreáticas da prole

Texto completo
Autor(es):
Cristiane dos Santos
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Tese de Doutorado
Imprenta: Campinas, SP.
Instituição: Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Instituto de Biologia
Data de defesa:
Membros da banca:
Antonio Carlos Boschero; Helena Cristina Barbosa Sampaio; Silvana Bordin; Marcelo Alberto Torsoni
Orientador: Antonio Carlos Boschero; Alex Rafacho
Resumo

As ilhotas pancreáticas apresentam alta plasticidade, que inclui habilidade de recuperação parcial da massa de células beta após um insulto neonatal, como por exemplo, aquele produzido pela administração de estreptozotocina (STZ) para roedores. O excesso de glicocorticoides (GCs) durante a gestação, oriundo tanto do tratamento com GCs sintéticos quanto pelo aumento dos níveis endógenos, podem predispor a alterações no pâncreas endócrino da prole adulta, no entanto seu efeito sobre a capacidade de recuperação das ilhotas não tem sido descrito. Para investigar esses efeitos, prenhes C57BL/6J foram tratadas com dexametasona (DEX) (D) ou salina (C) durante o último terço da gestação. No sexto dia pós-natal, as proles foram tratadas com STZ (S) ou solução veículo (C), resultando em quatro grupos experimentais: CC, CS, DC e DS. Análises funcionais e moleculares foram realizadas na prole com 25 e 225 dias de vida. O tratamento pré-natal com DEX promoveu baixo peso ao nascer nas proles, característico de modelos de programação fetal. Aos 25 dias de vida, as proles que receberam STZ apresentaram redução na massa de células beta e paralelo aumento na massa de células alfa, hiperglicemia e intolerância a glicose, sem qualquer efeito aditivo da DEX. Esses resultados foram corroborados pela expressão genica dos hormônios pancreáticos. Aos 225 dias de vida, ambas as proles STZ apresentaram recuperação parcial da massa de células beta, porém permaneceram com intolerância á glicose e sem qualquer alteração na sensibilidade periférica á insulina. A exposição pré-natal a DEX predispôs a prole adulta a sustentada hiperglicemia e reduzida função das ilhotas pancreáticas, a julgar pela menor secreção de insulina e maior concentração de glucagon circulante, que foram associadas a exacerbada intolerância á glicose nos animais DS. Além disso, a partir da utilização de animais transgênicos, observamos que o nocaute célula beta específico do HNF4alfa resultou em maior intolerância á glicose na prole DS. Nossos resultados indicam que a exposição materna ao excesso de GC, predispõe a prole a menor capacidade de recuperação da função do pâncreas endócrino após um insulto pós-natal com STZ. Este estudo alerta sobre a importância de discretos níveis de GCs durante a gestação e para um estilo de vida pós-natal saudável, uma vez que a combinação de fatores adversos, ocorridos durante o período pré e pós-natal, acentua a suscetibilidade á desordens metabólicas na vida adulta, tais como Diabetes Mellitus (AU)

Processo FAPESP: 16/23140-0 - Plasticidade do pâncreas endócrino em camundongos provenientes de prenhes tratadas com glicocorticoides no final da gestação
Beneficiário:Cristiane dos Santos
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado