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Papel das vesículas extracelulares como marcadores de inflamação e desfechos clínicos adversos no transplante ortotópico de fígado

Texto completo
Autor(es):
Gabriela Lisiane Tripiquia Vechiatto Mesquita
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Dissertação de Mestrado
Imprenta: Campinas, SP.
Instituição: Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Faculdade de Ciências Médicas
Data de defesa:
Membros da banca:
Fernanda Loureiro de Andrade Orsi; Erich Vinicius De Paula; Jorge David Aivazoglou Carneiro
Orientador: Fernanda Loureiro de Andrade Orsi; Bruna de Moraes Mazetto Fonseca
Resumo

As vesículas extracelulares (VEs) estão presentes em todo o organismo e são transmissores intracelulares de sinais biológicos em condições fisiológicas e patológicas. Suas ações patogênicas ocorrem principalmente em processos inflamatórios, doenças degenerativas e câncer. No transplante ortotópico de fígado (TOF) há um estado inflamatório persistente, e determinante do prognóstico do procedimento, em que pode haver participação de VEs. Nesse contexto, o objetivo deste estudo foi avaliar a liberação de VEs durante o TOF e a associação entre VEs e desfechos adversos do transplante. Para tal, 90 pacientes foram incluídos e suas amostras de sangue foram coletadas no pré-transplante (T1), na fase de reperfusão (T2) e ao final da hospitalização (T3) para a quantificação dos seguintes marcadores de VEs por citometria de fluxo: CD14 (monócitos); CD41 (plaquetas); CD62P (P-selectina); CD162 (PSGL-1); CD31 (adesão endotélio-plaqueta); CD9 e CD81 (superfície celular). Testes estatísticos de frequência, ANOVA com medidas repetidas, Mann-Whitney e métodos de regressão foram utilizados. A população estudada foi predominantemente masculina, branca, idade mediana de 60 anos, e residente do Estado de São Paulo. As seguintes VEs estavam aumentadas no T2 em comparação com T1: VEs-CD162+ (P<0,0001), VEs-CD31+ (P<0,0001), VEs-CD41A+ (P<0,0001), VEs-CD9+ (P<0,0001), e VEs-CD81+ (P<0,0001). No T1, houve associação da idade dos pacientes com níveis de VEs-CD162+ (P=0,02), VEs-CD31+ (P=0,02), VEs-CD41A+ (P=<0,0001), e VEs-CD9+ (P=0,02), e também associação do sexo feminino com níveis de VEs-CD162+ (P=0,02), VEs-CD31+ (P=0,005), VEs-CD41A+ (P=0,01), VEs-CD9+ (P=0,002) e VEs-CD81+ (P=0,04). Hepatite fulminante, cirrose biliar primária, hepatite autoimune e colangite esclerosante estavam associadas ao aumento dos níveis de VEs-CD162+ (P=0,04), VEs-CD31+ (P=0,006), VEs-CD41A+ (P=0,005), e VEs-CD9+ (P=0,002) em T1. Houve ainda correlação entre valores de RNI e VEs-CD162+ (P=0,001), VEs-CD31+ (P=<0,0001), VEs-CD41A+ (P=<0,0001) e VEs-CD9+ (P=0,005), e entre lactato e VEs-CD162+ (P=<0,0001), VEs-CD31+ (P=0,007), VEs-CD41A+ (P=0,02), VEs-CD9+ (P=0,02) e VEs-CD81+ (P=0,002). Já no T2, níveis aumentados de VEs-CD162+ (P=0,003), VEs-CD31+ (P=0,01) e VEs-CD9+ (P=0,05) estavam associados ao maior risco de óbito, e níveis aumentados de VEs-CD162+ ao maior risco de infecção (P=0,01). Houve correlação fraca entre os níveis de VEs-CD162+ (P=0,03) e RNI, e de VEs-CD41A+ (P=0,04) e VEs-CD81+ (P=0,002) com lactato. Em conclusão, VEs que expressam antígenos de adesão plaqueta-endotélio e leucócito-plaqueta são liberadas após a reperfusão hepática e estão associadas a desfechos adversos do TOF. Esses achados contribuem para o entendimento fisiopatológico das complicações do TOF (AU)

Processo FAPESP: 19/20320-6 - Papel das vesículas extracelulares como marcadores de inflamação e desfechos clínicos adversos no transplante ortotópico de fígado
Beneficiário:Gabriela Lisiane Tripiquia Vechiatto Mesquita
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Mestrado