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Potencial leucemogênico do IL-7R mutante in vivo

Texto completo
Autor(es):
Mayara Ferreira Euzébio
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Dissertação de Mestrado
Imprenta: Campinas, SP.
Instituição: Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Instituto de Biologia
Data de defesa:
Membros da banca:
José Andrés Yunes; Sara Teresinha Olalla Saad; Marcelo Alves Mori
Orientador: José Andrés Yunes
Resumo

A leucemia linfoide aguda (LLA) é um câncer agressivo caracterizado pela alta produção e acúmulo de precursores linfoides imaturos, que proliferam e substituem as células saudáveis da medula óssea. Diversas mutações têm sido descritas em genes relacionados à regulação do desenvolvimento linfoide, ciclo celular, supressor tumoral e transdução de sinal em LLA. Estudos de nosso grupo de pesquisa encontraram mutações de ganho de função no gene IL-7R em 9% dos casos de LLA-T. Em sua maioria, as mutações resultam na introdução de uma cisteína que permite a formação de um homodímero entre duas cadeias IL-7Ralfa, por meio de ligações de disulfeto entre cisteinas. A homodimerização das cadeias confere ativação constitutiva das vias downstream ao receptor, JAK-STAT e PI3K/AKT, de maneira independente da IL7 e da cadeia ?c. Estudos in vitro, mostram que células transduzidas com o IL-7R mutante apresentam aumento de sobrevivência e proliferação na ausência de fatores de crescimento, e quando transplantadas em camundongos saudáveis resultam no desenvolvimento de tumores e infiltração de órgãos, apontando para o potencial leucemogênico do IL-7R mutante. O objetivo deste trabalho foi avaliar, portanto, se o IL-7R mutante, sob controle de seu próprio promotor, era capaz de desenvolver leucemia em camundongos. Nosso grupo de pesquisa desenvolveu uma linhagem de camundongos knockin, B6-IL7RCPT, que contém uma mutação específica in loco no gene IL-7Ralfa, inserida na forma de um éxon 6 invertido e flanqueado por sequencias de reconhecimento da recombinase Cre, LoxP e Lox511. A ativação da mutação está condicionada a desinversão do éxon, que só pode ocorrer através do sistema Flex-switch que é promovido pela ação da recombinase Cre. O cruzamento da linhagem B6-IL7RCPT com as linhagens Vav1-cre e CD2-icre com a linhagem permite a desinversão do éxon nas células tronco hematopoiéticas (HSCs), e nos progenitores linfoides comum (CLPs), respectivamente, obtendo uma prole de animais que expressam o receptor mutado em dois estágios distintos da hematopoese. Verificamos que o mutante IL-7Ralfa foi capaz de gerar desordem linfoproliferativa, com aumento da proporção de células B e diminuição de células T, bem como resultou em leucemia linfoide do tipo B em 35% ou 80% dos casos, a depender do estágio em que o IL-7R mutante era desinvertido, em HSC ou CLP, respectivamente. Os imunofenótipos das leucemias encontradas estavam entre os estágios Pré-B e Pró-B tardio e apresentavam expressão intermediária ou não expressavam CD45, assemelhando-se às LLA-B humanas. Também encontramos que a mutação oncogênica em IL7R? não resultou em desordens mieloproliferativas ou leucemias mieloides. Estes resultados mostram que o mutante IL-7R possui potencial leucemogênico quando expresso sob o próprio promotor, em modelo animal, e apontam que mutações no IL-7R podem ser mutações driver (AU)

Processo FAPESP: 16/07724-2 - Potencial leucemogênico do IL-7R mutante in vivo
Beneficiário:Mayara Ferreira Euzébio
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Mestrado