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Novos mecanismos de patogênese da sepse e do envenenamento botrópico: potencial da rutina e rutina succinil como agentes terapêuticos

Texto completo
Autor(es):
Ana Teresa Azevedo Sachetto
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Tese de Doutorado
Imprenta: São Paulo.
Instituição: Universidade de São Paulo (USP). Faculdade de Medicina (FM/SBD)
Data de defesa:
Membros da banca:
Marcelo Larami Santoro; André Rolim Baby; Sergio Paulo Bydlowski; Andre Lopes Fuly
Orientador: Marcelo Larami Santoro
Resumo

O veneno da serpente Bothrops jararaca (BjV) induz diversas alterações deletérias para o organismo como plaquetopenia, hipofibrinogenemia, intensa hemorragia local, estresse oxidativo/nitrosativo e uma resposta inflamatória exacerbada. O tratamento de pacientes picados ainda apresenta desafios, já que a soroterapia possui limitações quanto às suas ações. Em um trabalho anterior do nosso grupo de pesquisa foi demonstrado o potencial da rutina como possível composto terapêutico complementar para o envenenamento. Sabe-se que a rutina possui uma ampla gama de atividades, no entanto seu uso apresenta limitações por ser um composto pouco hidrossolúvel. Desse modo, os estudos desse projeto foram iniciados com a realização de uma modificação química na rutina (succinilação), resultando no composto hidrossolúvel rutina succinil, que demonstrou possuir atividades características da rutina in vitro, como antioxidante e inibidora da isomerase dissulfeto proteico (PDI). A seguir foram realizados testes in vitro comparativos entre a rutina e a rutina succinil para avaliar as suas atividades de inibição de diferentes atividades do BjV. Diferentemente da rutina, a rutina succinil demonstrou potencial inibitório em relação a atividades da família majoritária do veneno (metaloproteinases). Visto o potencial da rutina e rutina succinil, experimentos in vivo foram iniciados com camundongos utilizando 2 e 3 DL50 (dose letal 50%) de BjV, os quais demonstraram que as rutinas induzem uma melhor recuperação de parâmetros hemostáticos alterados pelo envenenamento. Ademais, a rutina e rutina succinil foram capazes de neutralizar os efeitos tóxicos do BjV e impedir a mortalidade de camundongos induzida pelo envenenamento. Posteriormente, foram realizados ensaios in vivo com uma dose subletal do BjV para a avaliação de parâmetros da coagulação, inflamação e hemorragia local. Congruentemente com os resultados in vitro, quando pré-incubada com o BjV, a rutina succinil inibiu importantes ações das metaloproteinases do veneno, abolindo completamente a hemorragia local e diminuindo os níveis da citocina próinflamatória IL-6. Os resultados também demonstraram que o fator tissular (TF) apresenta um papel protetor pró-hemostático no envenenamento. Diferentemente, a endotoxemia um modelo experimental com mecanismos melhor elucidados induz estados prócoagulante e pró-inflamatório dependente da atividade de TF. Apesar da diferença entre os dois modelos, foi observado aumento de genes que codificam proteínas de fase aguda tanto no envenenamento quanto endotoxemia. Assim como no envenenamento, as rutinas apresentaram ação anti-inflamatória na endotoxemia, porém de forma mais limitada. Portanto, a rutina e rutina succinil demonstram ter diferentes mecanismos de ação em relação ao veneno e efeitos benéficos ao serem administradas como tratamento do envenenamento e da endotoxemia. Ademais, a administração da rutina e rutina succinil associadas ou não ao soro antiofídico auxiliaram na recuperação da contagem plaquetárias e dos níveis de fibrinogênio plasmático, além de diminuir a hemorragia local, demonstrando grande potencial como tratamentos de envenenamentos por serpentes (AU)

Processo FAPESP: 18/26015-8 - Novos mecanismos de patogênese da Sepse e do envenenamento botrópico: potencial da rutina como agente terapêutico
Beneficiário:Ana Teresa Azevedo Sachetto
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado